O prémio, o segundo maior de sempre na lotaria dos EUA, foi vendido na Georgia, contemplando Erika Greene, uma jovem de 20 anos; no Illinois, onde o premiado ainda não se identificou e em New Jersey, onde o casal Jorge M. e Joanne S. Lopes reclamou terça-feira o prémio, um dia depois de ter sido reclamado por um grupo de empregados de um lar da terceira idade, que afinal tinham ganho apenas dois dólares.

O casal viu-se de imediato assediado pelos canais de televisão e jornais.
“Não há muito a dizer, ainda estou atordoado com tudo isto”, disse Jorge Lopes, 46 anos. Jogando habitualmente na lotaria, Jorge não se lembra do dia em que ele e a mulher compraram cinco bilhetes (cinco dólares) numa variety-store em Hillside.
Natural de Lisboa, Jorge vive desde 1977 nos EUA, é gerente de dois restaurantes portugueses, em Hillside (o Vilamoura) e Union, nos arredores de Newark e diz que, mesmo milionário, tenciona continuar a trabalhar. Joanne é que deverá deixar o emprego numa creche em Manalapan, onde reside e faz ainda distribuição de um florista.
Casados há 20 anos, Joanne e Jorge têm filhos menores e receiam pela segurança das crianças depois de toda esta exposição na televisão por causa da inesperada fortuna.
Mas quem já deve estar a bater-lhes à porta são os credores. O casal declarou falência há um ano, alegando dívidas de $584.761 e haveres de apenas $12.960, não incluindo a casa em Manalapan, a 20 milhas de Trenton. De acordo com a declaração de falência, os Lopes devem mais de $202.000 a mais de 100 credores, incluindo 71 contas de cartões de crédito, várias contas em hospitais e médicos e até ao IRS, onde devem mais de $48.000 em taxas desde 1992.
As notícias correm depressa e os Lopes já devem ter os credores a bater-lhes à porta.
As chances de ser premiado eram uma em 76 milhões.
“Quando vi que tinha sido premiado, comecei a tremer e ainda estou a tremer”, diz Jorge Lopes, mas apesar do nervosismo meteu o bilhete ao bolso e, no dia seguinte, foi ver os seus advogados.
O prémio é de 110,3 milhões de dólares, o governo cobra 43 milhões em taxas, mas ainda assim os Lopes ficam com uma muito razoável fortuna de 58,9 milhões de dólares.



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