A Câmara do Peso da Régua e a Confraria dos Vinhos do Douro vão dar início à candidatura do barco rabelo, embarcação típica portuguesa do rio Douro, como Património Mundial da Humanidade, anunciaram hoje.

Em comunicado, a autarquia do Peso da Régua, no distrito de Vila Real, e a Confraria dos Vinhos do Douro realçam que estão a “encetar contactos no intuito de formalizar parcerias que contribuam para a sustentabilidade da candidatura para classificação do barco rabelo como Património Mundial da Humanidade”.

“Esperamos que a UNESCO possa, uma vez mais, distinguir o Douro com a atribuição do mais alto galardão, que reconhecerá perante o Mundo a importância daquilo que nos distingue como povo e como território”, destaca a nota.

O rabelo é um barco de rio de montanha, com fundo chato, tendo como leme uma peça comprida e grossa em forma de pá ou remo, quase do seu tamanho, a que se dava o nome de espadela. 

A embarcação típica do rio Douro tradicionalmente transportava as pipas de vinho do Porto desde aquela região até Vila Nova de Gaia e ao Porto, onde o vinho era armazenado e posteriormente comercializado para outros países.

Para os promotores da candidatura, a “importância” deste reconhecimento “prende-se com a relação histórica com o rio Douro, com a região, Peso da Régua, enquanto capital histórica da primeira região demarcada e regulamentada do Mundo, com a formação e desenvolvimento do território e das suas gentes”.

“O barco rabelo é símbolo da força e do sacrifício dos homens, numa época em que a navegação feita pela barra do rio Douro era uma verdadeira odisseia. Um rio que nos levou ao Mundo, que traz o Mundo até nós e que continua a ser a mais bela expressão da grandeza da nossa terra”, acrescenta.

O rabelo era o tipo de barco apropriado para navegar em águas pouco profundas, com excelente desempenho nas zonas de fortes rápidos. As características de construção da embarcação reportam à época dos ‘Vikings’, derivando o nome rabelo da configuração do barco, com a sua imensa espadela, em forma de rabo, explica ainda a nota.

“Na saga dos rabelos merecem destaque pela coragem e determinação com que se entregaram ao rio Douro, o arrais, o feitor da espadela, o feitor da proa, o moço, os cabresteiros, o vinhateiro e o ponteador, uma tripulação constituída por 11 a 16 homens. É esta força que também pretendemos homenagear”, conclui o comunicado.

A região do Peso da Régua insere-se no Alto Douro Vinhateiro, zona particularmente representativa da paisagem que caracteriza a vasta Região Demarcada do Douro, e que é classificada desde 2001 como Património Mundial pela UNESCO.



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