Embora pobre, era um fidalgo e freqüentava a corte do rei D. João III de Portugal. Em 1547 embarcou para Ceuta, para servir a guarnição militar portuguesa, tendo sido naquela praça, que num combate com os mouros de Mazagão, foi ferido e ficou sem a vista direita. Quando regressa a Lisboa, meteu-se numa rixa com um moço do Paço Real, foi preso e deportado para a Índia. No Oriente, continuou servindo a pátria em várias expedições militares. Em Macau, chegou mesmo a ser Provedor de Defuntos e Ausentes. Era um pouco impulsivo e tinha os nervos à flor da pele e foi demitido do cargo de Provedor por se ter envolvido em rixas com os colonos; embarcaram-no num navio e foi desterrado para Goa. Acossado por temporal, o navio que o conduzia naufragou nos mares da China mas o poeta conseguiu salvar-se a nado e, com ele o manuscrito, os Lusíadas que, entretanto, já estava quase terminado. Esteve em Goa até 1567, ano em que regressa a Portugal; antes, porém, faz escala em Moçambique e por lá fica durante largos anos, vivendo na miséria, alimentado pelas sopas dos amigos, até ser encontrado por Diogo do Couto, seu grande admirador, que o ajudou. Só por volta de 1569 ou 1570 regressa a Lisboa onde, em 1572 publica os Lusíadas. Este poema lírico e épico, mundialmente conhecido, e traduzido em inúmeros idiomas, foi dedicado por Camões ao rei de Portugal, D. Sebastião. O rei, reconhecido, ofereceu a Camões uma renda anual de 15.000 reis. Morreu na miséria, sempre acompanhado pelo seu leal servidor e escravo Jó, ainda mais pobre do que ele; este escravo dedicado, andava pelas ruas a pedir esmola para o seu amo. Quando se quer dizer que uma pessoa é pobre mas mesmo muito pobre, é costume dizer-se " pobre como Jó " Toda a obra de Camões só foi publicada depois da sua morte.



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«Pobre como Jó»

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