A Câmara do Peso da Régua lançou um segundo concurso público para a reabilitação de um antigo hotel no Moledo para habitação social, no valor de 1,2 milhões de euros, depois de o primeiro ter ficado sem concorrentes.

O presidente da autarquia, José Manuel Gonçalves, disse hoje à agência Lusa que o primeiro concurso público para a reabilitação do antigo hotel Vilhena, que vai ser transformado em habitação social no âmbito do programa 1.º Direito, “ficou deserto”.

De acordo com o anúncio publicado hoje em Diário da República (DR) o concurso público foi, agora, lançado por um preço base de cerca de 1,2 milhões de euros.

José Manuel Gonçalves explicou que o primeiro procedimento tinha um valor base de cerca de 800 mil euros.

“Trata-se de um antigo hotel que já estava transformado em habitação social, mas em condições muito degradadas. Nós adquirimos há uns anos aquele edifício e, agora, no âmbito do Primeiro Direito, vamos fazer a sua reabilitação e criar 12 fogos. O objetivo é fixar as pessoas do Moledo e que já lá viviam e também começar a levar gente para o Moledo”, afirmou.

No anúncio publicado no DR, justifica-se a intervenção “pela necessidade da melhoria das condições de segurança e salubridade do edifício em avançado estado de degradação, com vista a dar condições de habitabilidade ao mesmo”.

Depois de adjudicada a obra terá um prazo de execução de 18 meses.

O presidente referiu que a intervenção se insere também no plano de reabilitação das Caldas do Moledo, uma antiga estância termal que se quer recuperar e reabrir.

A Câmara da Régua prevê aplicar 15 milhões de euros para apoiar 206 famílias que vivem em condições habitacionais indignas no concelho, no âmbito do programa 1.º Direito criado pelo Governo.

No concelho do distrito de Vila Real foram identificados 206 agregados familiares, num total de 488 pessoas que “vivem em condições habitacionais indignas e que não dispõem da capacidade financeira necessária para encontrar uma solução habitacional condigna”.

José Manuel Gonçalves destacou que, neste processo, vai ser dada prioridade à reabilitação de edifícios devolutos do município.

O autarca mostrou-se preocupado com os concursos públicos que têm ficado desertos.

“Vai ter de haver aqui uma interversão porque os obras estão a ser na ordem dos 20 a 30% do custo de há dois anos atrás. É uma catástrofe”, salientou o autarca.

Trata-se de uma questão para a qual, segundo frisou, o novo Governo terá que “olhar rapidamente”.

“Encontrar uma solução que nos permita um reequilíbrio, também, daquilo que são as empreitadas que estão no terreno. É generalizado que o preço da matéria-prima subiu, os preços dos combustíveis e da energia estão a subir e, de facto, o feedback que vamos tendo por parte dos empreiteiros é que há grandes dificuldades em continuar a praticar os preços de há dois anos”, referiu.



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