A Câmara de Boticas reativou a viatura que percorre as aldeias e transmite mensagens de sensibilização contra a covid-19, através de altifalantes, dirigidas aos conterrâneos e visitantes que estão a chegar ao concelho para as férias.

Depois de um interregno, o município do distrito de Vila Real colocou novamente na rua um “carro de som”, numa colaboração com os Bombeiros Voluntários de Boticas, com o objetivo de prevenir possíveis focos de contágio neste concelho onde, até ao momento, não foi registado qualquer caso positivo de covid-19.

“Prevenir continua a ser a melhor forma de combater o vírus e, por este motivo, decidimos insistir na sensibilização das populações para o cumprimento das indicações das Autoridades de Saúde”, afirmou hoje o presidente da autarquia Fernando Queiroga.

A viatura está a percorrer todas as localidades do concelho e a mensagem sonora apela “ao sentido de responsabilidade dos munícipes”, sobretudo daqueles que nesta altura do ano regressam às aldeias para passar férias.

Boticas é um concelho onde a população praticamente triplica durante o verão com o regresso dos emigrantes que estão espalhados, principalmente, pela Franca, Inglaterra, Luxemburgo e Suíça.

Neste ano atípico, Fernando Queiroga perspetiva uma quebra que “deve rondar os 50%” na vinda de emigrantes devido às “perdas de rendimentos” em resultado da pandemia, em outros casos porque foram obrigados a tirar férias no período de confinamento e, por último, porque não há o incentivo das “festividades”.

“As festas e a devoção religiosa eram um atrativo para a vinda de algumas pessoas. Já não virão tantos, virão alguns mas nada que se pareça com os anos anteriores”, apontou à agência Lusa.

Devido à covid-19 todas as festas e romarias foram suspensas no território do Alto Tâmega.

A iniciativa de sensibilização irá prolongar-se, segundo Fernando Queiroga, até pelo menos o dia 20 de agosto.

O município insiste no alerta para o uso obrigatório de máscara, o distanciamento social, a higienização frequente das mãos e etiqueta respiratória, pede para que se respeite a distância mínima de segurança nas filas de espera e para que se evitem ao máximo os ajuntamentos de pessoas.

Fernando Queiroga disse estar preocupado porque o concelho tem maioritariamente população idosa e lembrou os efeitos mais nefastos da covid-19 se fazem sentir entre os mais velhos.

O autarca enalteceu o comportamento da população do concelho, que se “tem privado de muita coisa”, nomeadamente “dos ajuntamentos familiares”, e frisou que os “cuidados são para manter” até porque nesta altura “há mais casos na região” do que havia em março.

O presidente apontou ainda uma reunião recente com a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte em que aproveitou para alertar para um "maior controlo” dos passageiros que chegam ao aeroporto e acrescentou ter sido informado da realização de ações de sensibilização, que irão decorrer nas fronteiras em conjunto com a GNR e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Fernando Queiroga, que é também presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil de Vila Real, lembrou que o Plano Distrital de Emergência de Proteção Civil, que foi ativado em março, foi renovado até ao final de agosto por causa da covid-19 e dos incêndios florestais.

“Para termos uma coordenação melhor e uma monitorização muito mais célere em alguma situação que surja”, frisou.

Portugal contabiliza pelo menos 1.719 mortos associados à covid-19 em 50.299 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).



PARTILHAR:

Relatório aponta contributo de 1.212 ME da Mina do Barroso para exportações

Homem morre afogado no rio Tua em Mirandela