Plano de Investimentos tem vindo a ser sucessivamente adiado e poderá culminar com atrasos na execução das obras e projetos da Linha do Douro.

A Associação Vale d’Ouro demonstrou a sua apreensão face às notícias hoje conhecidas relativamente ao atraso no Ferrovia 2020 (Plano de Investimentos do Governo para a Ferrovia Nacional) que poderão condicionar a execução das obras previstas para a eletrificação da Linha do Douro.

Nos últimos dias foi lançada consulta pública para o Acordo de Parceria Portugal 2030 que estabelece o conjunto de investimentos a integrar no designado “Portugal 2030”. Nesta proposta do Governo está integrado investimento na Linha do Douro sem, contudo, especificar os troços. Com os atrasos sucessivos nos investimentos previstos no Ferrovia 2020 e atendendo ao prazo de execução que terá que obedecer é muito provável que a eletrificação do troço Marco-Régua não seja concluída até 2023 conforme inicialmente previsto resvalando para o programa de investimentos 2030.

A Associação Vale d’Ouro mostra-se preocupada com esta situação já que considera que acomodar o investimento no troço Marco-Régua no Portugal 2030 poderá significar que outros investimentos aí previstos poderão não ser executados, nomeadamente a eletrificação entre a Régua e o Pocinho. O Presidente da Direção da Associação Vale d’Ouro, Luís Almeida, espera garantias claras que nenhum dos investimentos previstos fique comprometido: “é imprescindível existirem garantias sólidas de que não só a obra ente Marco e Régua avança no imediato, independentemente do quadro que a financia, como também o projeto entre a Régua e o Pocinho seja imediatamente lançado e sem mais atrasos”. O dirigente associativo acrescenta “há vários anos que tem sido dadas datas e esperanças à região e os sucessivos atrasos geram dúvidas sobre a real intenção de concretizar investimentos fulcrais para o desenvolvimento do vale e para contribuir para atingir a neutralidade carbónica numa das regiões da Europa com saldo energético mais favorável”.

A instituição está ainda a preparar uma participação pública no âmbito da Proposta de Acordo de Parceria Portugal 2030: “esta proposta do Governo, em matéria ferroviária, é o assumir do falhanço do Ferrovia 2020, um programa que foi pouco ambicioso na modernização da rede e cuja execução esteve sempre aquém do esperado. A Associação Vale d’Ouro pretende uma vez mais vincar a importância da Linha do Douro e reforçar a questão da reabertura até Barca d’Alva com continuidade a Salamanca no quadro de investimentos até 2030 e será nesse sentido que apresentará a sua posição na discussão pública”.

Sobre a reabertura para Barca d’Alva a Associação reforça a intenção: “a região continua à espera que o comboio chegue a Barca d’Alva e cada dia que passa é um dia perdido para o desenvolvimento do Douro. Já ninguém compreende a demora no cumprimento da resolução da Assembleia da República”. Sobre as declarações do Ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, esta semana, o Presidente da Direção mostrou-se surpreso: “era alguém que defendia a Linha do Douro e esperamos que o continue a fazer porque a região e o mundo ferroviário depositaram no Sr. Ministro muitas expectativas”.

Para já, a Associação Vale d’Ouro remeterá nos próximos dias a sua participação na consulta pública do Portugal 2030 e manter-se-á focada na intransigente defesa de melhores condições para a Linha do Douro.



PARTILHAR:

Percursos e passadiços levam à descoberta das escarpas do Corgo em Vila Real

Voos solidários angariam 7.200 euros para formação dos bombeiros