Estamos bem. Sim, ao que parece, estamos bem pois os últimos números de casos da pandemia levam a essa conclusão. O vírus está a perder o transporte da transmissão que o levava a passear-se impunemente por todo o país.
Opinião
Nunca como hoje em dia houve tantos motivos para se deferem tantas causas.
Era agosto 1975, passava uns meses de férias em São Martinho do Porto em Portugal quando ouvi na rádio, primeiro, a notícia do golpe de estado da UDT a 11 e depois a sublevação da Fretilin dia 20 e o começo da guerra civil que iria mudar a vida a milhões de pessoas em vários países.
Um Reino Maravilhoso, de Miguel Torga (1941) era citado com tanta frequência em cerimónias, discursos, vídeos promocionais e afins que a sua repetição exaustiva rondava o ridículo.
Circular pela paisagem rural ou urbana transmontana confirma uma certa realidade que os dados estatísticos demonstram: baixa densidade demográfica, envelhecimento da população, industrialização incipiente, núcleos urbanos pequenos.
Vivemos todos uma nova era, não que ela não tivesse sido anunciada já há alguns anos, mas que a realidade a fez realmente ver com os olhos da modernidade.
Ainda vislumbrei um pouco aquele tempo. Foi assim como se um conjunto de coisas, de circunstâncias e de quotidianos se estivesse a afastar até lá ao fundo da estrada desaparecendo na curva que iniciou a modernidade, pouco mais restando do que a ténue memória.
Surgem, esporadicamente umas imagens na TV, de dezenas de espoliados a protestarem, os governantes aparecem a fazer promessas balofas e ocas para o dia-de-são-nunca-pela-tardinha e esperam que tudo volte ao normal.
E porque está aí o Carnaval, um apanhado das expressões regionais mais picantes da língua portuguesa. Umas são mesmo “marotas”, outras enganam bem… Não era fácil fazer um “Top 7”.
Pareciam bandos de pardais à solta, as rogas. Andavam em conjunto, mas não eram livres. Sazonalmente pelo outono, tempo de vindimas, deambulavam, saíam do ninho da aldeia, mas era gente amarrada. Prisioneira da sua condição e das circunstâncias da sua sobrevivência.
O Presidente do Governo da Galiza, perante a situação aflitiva de Portugal, quando registava o maior índice de contágios e de mortos por Covid no mundo, e com os hospitais portugueses em absoluto desespero, teve o gesto generoso de oferecer ao governo português o Hospital Álvar
Quando me mudei para as ilhas em julho 2005, a primeira coisa que estranhei eram os toques do cimo da igreja a menos de cem metros de casa.
Assim como se costuma dizer que uma imagem vale por mil palavras, também se poderá dizer que há frases ou palavras que mesmo curtas e simples, simbolizam elas próprias, todo um mundo construído e a construir.
As coisas que acontecem ao longo da História e que são relatadas com algum empolgamento, são-nos, de algum modo, familiares porque são relatadas frequentemente.
Nota: Este texto foi já publicado hoje nos e-sítios da Diocese de Bragança-Miranda e da Agência Ecclésia: https://www.diocesebm.pt/notici
No próximo dia 3 de fevereiro, caro leitor, não se esqueça que é dia de presentear a sua amada com a gancha! Sobretudo se gostou de comer o pito que ela lhe ofereceu, no dia 13 de dezembro, por alturas das festas a Santa Luzia.
No esplendor da nossa modernidade, entrámos num túnel. Seguíamos o brilho das luzes da ribalta na espuma dos dias, mas num repente tudo se afunilou e escureceu.
Um idoso de 80 anos matou ontem um afrodescendente, com três tiros dizendo “morre preto, vai para a tua terra”
Confesso que nunca tinha ouvido falar de Rans antes de Vitorino Silva, há duas décadas atrás, emergir na ribalta mediática.
Preâmbulo: arramo aqui mais alguma tinta sobre a badalada temática dos resultados obtidos por André Ventura (AV) nas últimas eleições presidenciais, a que eu apelidei: Geografia Política do descontentamento e dos excluídos.