Batista Jerónimo

Batista Jerónimo

Ventos de preocupação chegaram

O mês de Junho e o início de Julho não nos trazem boas notícias. O COVID-19 não dá mostras de nos deixar “desconfinar” e retomar a normalidade, bem pelo contrário.

O que faz com que Portugal tivesse entrado no destino dos Países a evitar com consequências desastrosas no turismo. Se levarmos em conta António Costa Primeiro – Ministro ao afirmar que os próximos tempos iam doer muito e o que escreve António Costa Silva, autor Plano de Recuperação Económica e Social 2020-2030, o que fazer no day after? “Não vamos ter ilusões: a crise sanitária causada pela doença COVID-19 traz consigo uma profunda recessão económica que tem características globais e que vai ferir profundamente a nossa economia.” Outros analistas, vão no mesmo sentido: ventos de preocupação chegaram e vão fustigar-nos durante bastante tempo. O desemprego disparou, o Jornal de Negócios publicou um mapa interactivo por Concelho onde mostra a variação do número de desempregados referente a Maio de 2020 e o período homólogo (Maio de 2019) e ainda a variação em cadeia: Abril e Maio de 2020.

Para melhor análise elaborei alguns mapas, para podermos cotejar. Abaixo temos:

A seguir temos,

Podemos concluir que o número de desempregados não cresceu homogeneamente, com concelhos a estarem positivos (a verde) e outros (a vermelho) a mostrar preocupação. Nos últimos, como aliás, nalguns era esperado e inclusive alvos de alertas constantes desde que apareceu a pandemia, tendo esta afectado todos os Concelhos sem selectividade.

Dos vinte e seis Concelhos de Trás-os-Montes diria que muito preocupante é: Bragança, Miranda do Douro, Alijó, Vinhais, Murça, Vimioso e Sabrosa pelo grande desemprego homólogo e em cadeia. Os Concelhos de Vila Flor, Macedo de Cavaleiros, Vila Real e Valpaços estão com o desemprego homólogo alto, mas em cadeia não está a subir de Abril para Maio de 2020. No inverso, no desemprego homólogo estão bem e em cadeia mal temos os Concelhos de Carrazeda de Ansiães, Torre de Moncorvo, Mondim de Bastos, Montalegre, Vila Real, Peso da Régua e Chaves. Os oito Concelhos não referenciados (Santa Marta de Penaguião, Freixo de espada à Cinta, Mirandela, Vila Pouca de Aguiar, Mesão Frio, Boticas, Mogadouro e Ribeira de Pena), embora neste momento não estejam numa posição preocupante, não devem “assobiar para o lado”, pois o desemprego tem tendência a subir.

Se o desemprego é inquietante actualmente, mais preocupante vai ser no futuro se e quando os estabilizadores automáticos deixem de estar disponíveis para algumas pessoas. De salientar que estamos com muitos trabalhadores em lay-off e destes, alguns somaram na taxa de desemprego inevitavelmente.

Os Autarcas de todos os Concelhos, fundamentalmente os que não criaram ferramentas para socorrer os seus concidadãos mais desfavorecidos, ainda estão a tempo de as criar, adaptando o velho ditado: Autarquia prevenida vale por duas.

Lembro ainda que a pobreza vai continuar a manifestar-se e os apoios sociais vão ter de aumentar exponencialmente pois, as moratórias deixaram de estar disponíveis.

Para termos uma visão geral sobre o País, no seguinte quadro comparei as Capitais dos Distritos de Portugal Continental e a preocupação cresce e vem dar razão aos “Antónios” , infelizmente.

 

 

Nota: Fonte: https://www.jornaldenegocios.pt/economia/emprego/detalhe/mapa-desemprego..., em 12/07/2020

 

Bragança, quando comparada em cadeia (Abril para Maio de 2020) com os outros Distritos só Faro e Lisboa cresce mais o número de desempregados.

Bragança, 15/07/2020

Baptista Jerónimo


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