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Uma questão de solidariedade

Retrato de igreja
Manuel Igreja

Uma questão de solidariedade

Diz a sabedoria popular, que é nas momentos difíceis que se conhecem os amigos, e diz também que quando uma pessoa está na mó de baixo, até os cães lhe mijam nas pernas.
Mais coisa menos coisa, um e outro ditado se pode agora aplicar ao engenheiro Mário Fernandes, primeiro director do IND – Instituto de Navegabilidade do Douro em boa hora criado, como mostram as inúmeras obras por si levadas a cabo nesta região em que obra feita por organismo oficial é coisa mais rara que
boi com três cornos.
Repara-se que passa neste momento o senhor por momentos muitos difíceis, trágicos mesmo, da sua vida ainda não muito longa, e por essas terras que antes tanto o louvavam não se ouve qualquer clamor em sua defesa, nem se vislumbra qualquer gesto simples de solidariedade perante as agruras trazidas pelo destino, e trazidas pelo azar de estar no cargo errado no momento errado.
As primeiras, são do género daquelas que nos deixam impotentes, pois advêm daquilo que é a mais pura fragilidade humana perante as doenças, em face das quais nos é mostrado o pouco que valemos e o pouco que adiantam guerras tantas vezes sem sentido.

As segundas, advêm do estranho sentido de justiça mostrado por uma organização que se calhar para justificar e prolongar a sua existência quando ela começa a não fazer sentido, e que quer agora a toda a força levar à barra do tribunal o engenheiro Mário Fernandes na sua qualidade de director do IND, na infeliz época da tragédia de Castelo de Paiva.
Por mim, só posso dizer que não compreendo muito bem esta pretensão, e que muito menos vejo razão para se continuar desta forma a mexer numa coisa infeliz que deve ser esquecida, para bem dos que estão vivos, mas que sempre irão chorar os mortos, sem que seja necessário remexer as fridas e sem que seja necessário fazer espectáculo com a dor.
Bem sei do que falo infelizmente, pois também já bebi por mais de uma vez desse cálice amargo que é perder ente queridos abrupta e tragicamente em acidentes que jamais deviam suceder, em dias em que o sol jamais se havia de levantar no firmamento. E sei também que nessas alturas más, o que se mais deseja é fazer de conta que se esquece, e fazer o tempo rolar mais depressa, para que este com o seu manto, encubra o vivo das memórias.
Mas as coisas são como são, e o certo é que a roda da sorte continua a desandar para os lados do engenheiro Mário Fernandes, pessoa diga –se que nem me é muito próxima, com quem pouco lidei, mas em face da qual julgo todos os durienses deverem agradecimentos pela sua acção enquanto esteve na mó de cima.
Julgo pois, que é dever de todos em geral, e muito mais dos que lhe batiam nas costas nos tempos áureos em particular, virem de um ou de outro modo mostrar solidariedade com ele, ainda que até nem discordem da sua eventual responsabilização nos factos trágicos que o envolveram, e pode dizer-se envolveram todo o país.
Uma coisa não tem nada a ver com a outra, pois é perfeitamente óbvio que no lugar dele qualquer um de nós faria o que ele fez, o que quer dizer que bastava estar naquela função naquele fatídico tempo, para se estar agora na berlinda e a contas com uma situação para a qual ninguém contribuiu directamente, pois o único contributo directo veio da incúria com que desde há décadas neste nosso país se tratam as coisas públicas.
Tenho para mim, que se alguém quiser pedir contas, as deve pedir a esta nossa maneira de ser, que adia indefinidamente o que não deve ser adiado, que valoriza o acessório mas desvaloriza o essencial, e que nos faz cultivar e mostrar
bem alto o que nos aflige para ganharmos o direito ao estatuto de coitadinhos.
Não se trata se deixar ou não mais uma vez a culpa morrer solteira como é costume por aí, mas tão somente se trata de olhar em frente em vez chapiscar
no lodo, e de aprender com os erros passados para que estes se não repitam no presente e no futuro.
Seja como for, não podia deixar passar em branco nestes meus escreveres a vivência de dias negros por parte do engenheiro Mário Fernandes, e não podia seguir em frente sem preencher este canto de jornal com um gesto de solidariedade que vale o que vale, mas que senti que se impunha, pois como diziam os antigos: As atitudes ficam-se com quem as toma.

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