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  1. Início

Terra de ninguém

Retrato de luis
Luis Ferreira

Terra de ninguém

Todos querem mandar nesta Terra que só a Deus pertence. Todos querem governar sem saber ao certo o que querem fazer. Todos prometem sem saber bem o quê.
Todos criticam sem saber o que está bem ou mal. Todos dão sugestões sem saber se serão seguidas ou não. Todos acusam os que fazem alguma coisa, mas
não querem ser culpados de nada. Todos são culpados, mas a culpa morreu solteira!
Quanta ingratidão, meu Deus! Quanta ignorância nas cabeças tontas, repletas e papéis insustentáveis de leveza infinita, enrugados e prontos para deitar
ao lixo. Quanta vergonha desavergonhada, patente nos sorrisos forçados de quem tem alguma coisa a perder. Quanta sofreguidão no viver das horas possíveis.
Quanta vontade reprimida na própria vontade de fazer e não fazer nada. Quanta aposta feita na certeza da incerteza da vitória.
Santo Deus! Que escuridão é esta que a todos envolve e inebria, arrastando para a noite os pretensos videntes e os profetas das desgraças alheias?! Quem
vê na noite escura? Quem sabe o caminho para o abismo? Quem sabe o atalho que leva à salvação? Onde estão as referências das primeiras horas da alvorada
que nos permitem ver os contornos do novo dia? Onde estão os supostos arautos que nos conduzirão à plataforma salvadora? Quem são eles?
Nestes primeiros dias do novo ano, ninguém se aventurou a sugerir soluções.
Ninguém mostrou a força e o poder de vencer. Ninguém apostou sem saber o trunfo que lhe daria a vitória. Todos estão calados. A vontade existe, mas está calada. A sofreguidão também, mas está saciada momentaneamente. Os arautos da salvação também não se mostram. Parece que a vergonha está
presente em todas as faces. O caminho que leva às primeiras horas do alvorecer, ainda é ténue e desconhecido. Poucos arriscam.
Na incerteza da certeza acometida sem pensar, surgem algumas lágrimas que deixam sulcos nas faces maceradas pela vergonha. Algo desviou a atenção dos
que sonhavam com o poder, com o assalto à cadeira, ou cadeiras, dainteligência. Primeiro nasceu Jesus. A pausa necessária aos pensadores
cristãos, para reforçar o seu sentido de vida e retemperar as forças para a caminhada. Depois do nascimento, veio a morte. O choro de uma mãe que perdeu o
filho, o grito de uma criança que clamava a presença da mãe já morta, o desespero do pai que perdia a companheira e os filhos, os gritos dos que
tiveram a sorte de sobreviver à catástrofe! A Natureza clamava o seu poder.
Impunha a sua força. Sem apostas. Sem sugestões. Sem vergonha. Com vontade de destruição. Sem mostrar o caminho para a salvação.
Durante dias, todos pararam. Os supostos pensadores ficaram ofuscados. Os que queriam o poder fizeram uma pausa e equacionaram as possibilidades da vitória.
Os profetas da desgraça, foram ultrapassados. Os videntes ficaram completamente cegos. E aqueles que nos prometem a liberdade, a salvação e
tudo o mais, não mostraram ainda a face envergonhada, vergados pelo peso imenso da força da Natureza.
Perante o choro de uma criança salva à última hora, das mãos assassinas da natureza, ou perante os pais que perderam os filhos ou ainda perante os 130 mil
mortos da catástrofe asiática, quem tem vontade de governar esta Terra de ninguém? Perante a força desta Natureza imensa e incontrolável, quem quer
medir forças? Mesmo que seja só para governar um pequeno país como Portugal?
A verdade é que alguém tem de assumir esta governação. Alguém tem de ter a coragem de enfrentar, não só o povo, mas a possibilidade de competição da
natureza adversa. Alguém tem de medir forças. Alguém tem de apostar, mesmo na certeza da incerteza de ganhar. Alguém tem de perder a vergonha de prometer
sem saber se vai cumprir ou com a certeza de que não vai mesmo cumprir. Mas não nos precipitemos, pois os videntes vão ver tudo, os profetas vão estar
no seu lugar a horas certas e os arautos vão prometer levar-nos à plataforma da salvação nacional. Sem vergonhas. Sem medo de afrontar a força invisível
da natureza. Sem sequer se lembrarem de que ela existe e pode aparecer. O que é preciso é improvisar! Logo se verá. Solidariedade é coisa para outras
circunstâncias. Agora o que interessa é apostar nas eleições. O que é preciso é ganhar. Governar. Preço? Tem preço? Não sei! A Natureza governa
os homens e estes não sabem. Mata e eles não se apercebem. Qual o preço dos 130 mil mortos? Que ridículo! Não, não há preço a pagar. Afinal, somos
todos homens! E esta Terra, a quem pertence? E este País? Quem o governa? Ah!
Pois é! O terceiro rochedo a contar do Sol, afinal é Terra ... de ninguém!

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