Passar para o conteúdo principal
Diário de Trás-os-Montes
Montes de Notícias
  • Início
  • Bragança
    • Alfândega da Fé
    • Bragança
    • Carrazeda de Ansiães
    • Freixo de Espada à Cinta
    • Macedo de Cavaleiros
    • Miranda do Douro
    • Mirandela
    • Mogadouro
    • Torre de Moncorvo
    • Vila Flor
    • Vimioso
    • Vinhais
  • Vila Real
    • Alijó
    • Boticas
    • Chaves
    • Mesão Frio
    • Mondim de Basto
    • Montalegre
    • Murça
    • Ribeira de Pena
    • Sabrosa
    • St.ª Marta Penaguião
    • Peso da Régua
    • Valpaços
    • Vila Pouca de Aguiar
    • Vila Real
  • Reportagens
  • Entrevistas
  • Fotogalerias
  • Vídeos
  • Opinião
  1. Início

Tempo de Incertezas

Retrato de fernando
Fernando Campos Gouveia

Tempo de Incertezas

Após um ciclo de três actos eleitorais, cada um deles com objectivos distintos e a que corresponderam resultados bem diferentes, o que fica para os cidadãos é sempre um mar de incertezas. Se a aproximação das eleições é tempo de esperança, de expectativas de mudança de rumo ou pelo menos de mudança de líderes, o dia seguinte é sempre esta espécie de ressaca em que os cidadãos parecem acordar dum Carnaval bem carregado de emoções para um acto de contrição de quarta–feira de cinzas. Será que mudou alguma coisa?

As eleições ocorreram em plena crise do capitalismo, num momento em que os seus principais símbolos – as instituições financeiras - parecem apostados em recuperar rapidamente as posições de poder apenas abaladas. A economia real, essa, continua na senda das falências inevitáveis ou estratégicas, a produção não descola porque não há mercado e espera-se – desespera-se – um crescimento balbuciado pelas organizações internacionais que não se sabe muito bem donde virá. Terminados os anos de consumo à tripa forra e a crédito fácil nos Estados Unidos, não se vislumbra qual o novo motor que trará de volta essa miragem do capitalismo que é o crescimento. E as questões que se colocam são: crescer como, até quando e para quê?

Entretanto cresce o exército dos desempregados e aumenta a exclusão social. O trabalho é um factor cada vez menos necessário na missão de produzir bens e serviços, e o desemprego tornou-se a preocupação aparente de todos os governos. E prometem-se programas, reconversões, requalificações, mobilidade sustentada, inventam-se novos eufemismos como flexisegurança, apela-se à superqualificação…enquanto a percentagem cada vez menor dos que ainda têm trabalho são submetidos a horários excessivos, ritmos de trabalho desumanos, tempos de deslocação absurdos, objectivos quantificados ao segundo, stress permanente e salários insuficientes. E, se isso não bastar, aí estão as propostas de trabalho forçado, lançando sobre os desempregados a culpa da situação ou a acusação de preguiça.

Os governos são eleitos para quatro anos e pensam e agem a quatro anos, gerem o curto prazo das ambições políticas ou pessoais dos seus membros e do aparelho que os sustenta no poder. Nem uma visão a médio prazo, nem uma análise prospectiva do futuro, nem uma reflexão sobre os absurdos e contradições do dia a dia. Não os emociona a violência crescente dos bairros suburbanos, o desespero daqueles a quem se prometeu um futuro risonho e que passam a vida nos gabinetes das agências de emprego à procura de biscates, a insuficiência de meios par manter um aparelho de justiça eficaz, uma escola que seja esperança de futuro e uma saúde para todos.

Os cidadãos votaram, pois, neste contexto. E, se as eleições provocaram alguma agitação nas águas mornas do conformismo político, com as forças das margens a crescerem significativamente em detrimento do centrão do poder, em breve se cairá de novo nos lugares comuns, na mentira política, nos acordos de bastidores e na prática que dá corpo ao pensamento único.

No plano europeu a situação é idêntica: os irlandeses foram levados a engolir o orgulho com que haviam votado contra o Tratado de Lisboa e, após as assinaturas dadas ou esperadas da Polónia e da República Checa, a nomenklatura de Bruxelas prosseguirá a sua obra de liberalização por cima dos protestos dos produtores de leite ou dos pescadores, indiferente aos milhões de excluídos do sistema como às manifestações de nepotismo indecoroso ou corrupção mal encoberta que, em vários países europeus, põem em causa os fundamentos da democracia ou da república.

Entretanto, no país, tentaram distrair-nos com histórias picarescas de espionagens e jornalistas, numa miserável representação de responsáveis políticos de quem se espera elevação e sentido de Estado.

Espera-se agora a formação dum governo sem maioria parlamentar que lhe garanta a dolce vita e a arrogância do que foi a governação cessante. Será provavelmente o tempo das belas frases, da comunicação fácil e optimista, da bela retórica a abrir telejornais, da continuação da promiscuidade entre a política e os negócios privados, dos entendimentos à margem das instituições, porque os excluídos, esses, só podem queixar-se de si próprios e…vá lá, consolar-se com a explicação que a culpa é da crise! Afinal, votámos para quê?

Partilhar
Facebook Twitter

+ Crónicas


Governar, sem desculpas !
Publicada em: 01/03/2005 - 10:15
Meu caro Santana!
Publicada em: 17/02/2005 - 09:45
Acordem, senhores!
Publicada em: 27/01/2005 - 09:07
REGENERAÇÃO NECESSÁRIA
Publicada em: 14/01/2005 - 13:33
POUCA VERGONHA!
Publicada em: 26/11/2004 - 13:38
Buracos, Rock e Futebol
Publicada em: 09/11/2004 - 01:14
Um Estado de Barões ... e Corporações
Publicada em: 06/10/2004 - 22:16
Recordação de Sophia
Publicada em: 06/07/2004 - 23:55
Saramago, a lucidez do cidadão!
Publicada em: 26/05/2004 - 05:06
Entre-os-Rios:Acuso a Chuva!
Publicada em: 23/05/2004 - 16:37
  • « primeira
  • ‹ anterior
  • …
  • 5
  • 6
  • 7
  • 8
  • 9
  • 10
  • 11
  • 12
  • 13
  • seguinte ›
  • última »

Opinião

Retrato de henrique
Henrique Ferreira
Morreremos da doença e da cura?
17/01/2021
Retrato de igreja
Manuel Igreja
O boneco de neve
16/01/2021
Retrato de ana
Ana Soares
Um confinamento muito desconfinado
15/01/2021
Retrato de chrys
Chrys Chrystello
Este povo que hoje não vota 
13/01/2021

+ Vistas (últimos 15 dias)

Mulher de 70 anos encontrada morta dentro de uma lagoa em Cércio
// Miranda do Douro
Homem atira-se do viaduto da A24
// Vila Pouca de Aguiar
Atleta de Mirandela cai inanimado e morre durante jogo de Basquetebol
// Mirandela
PSP investiga assalto violento a casal de comerciantes em Chaves
// Chaves
O distrito de Bragança é o que apresenta o maior crescimento: 79%.
// Trás-os-montes

Publicidade Google

CRONISTAS

Retrato de pauloafonso
Paulo Afonso
Retrato de parafita
Alexandre Parafita
Retrato de henrique
Henrique Ferreira
Retrato de Angela
Ângela Bruce
Retrato de magda
Magda Borges
Retrato de batista
Vítor Batista
Retrato de igreja
Manuel Igreja
Retrato de joaomartins
João Gabriel Martins
Retrato de monica
Mónica Teixeira
Retrato de Duarte
Duarte Mairos
Retrato de leon
José Leon Machado
Retrato de ana
Ana Soares
Para sugestões, informações ou recomendações: [email protected]

Formulário de pesquisa

Diário de Trás-os-Montes

© Diario de Trás-os-Montes (Desde 1999)

Proibida qualquer cópia não previamente autorizada.



  • Ficha Técnica
  • Estatuto Editorial
  • Contactos
  • Login


Bragança

  • Alfândega da Fé
  • Bragança
  • Carrazeda de Ansiães
  • Freixo de Espada à Cinta
  • Macedo de Cavaleiros
  • Miranda do Douro
  • Mirandela
  • Mogadouro
  • Torre de Moncorvo
  • Vila Flor
  • Vimioso
  • Vinhais

Vila Real

  • Alijó
  • Boticas
  • Chaves
  • Mesão Frio
  • Mondim de Basto
  • Montalegre
  • Murça
  • Peso da Régua
  • Ribeira de Pena
  • Sabrosa
  • St.ª Marta Penaguião
  • Valpaços
  • Vila Pouca de Aguiar
  • Vila Real

Secções

  • Douro
  • Trás-os-Montes
  • Livros
  • Mirandês
  • Emigração
  • Diversos
© Diário de Trás-os-Montes