Um dos aspectos que influencia negativamente a competitividade do país é o fraco nível de inter-relações que se estabelecem entre os vários agentes económicos, dificultando a emergência de projectos comuns e de estratégias concertadas, a vários níveis.
Isso torna-se ainda mais preocupante nas regiões que sofrem com a interioridade, onde as infra-estruturas existentes muitas vezes são insuficientes ou inadequadas e os recursos naturais explorados de forma pouco competitiva.
Em relação a estes últimos, não basta uma região possuir uma enorme área florestal, produtos certificados ou uma zona vinhateira de enorme importância se a maior parte do valor acrescentado desses produtos é gerado e apropriado por entidades externas à região.
E como se consegue a apropriação e a retenção desse valor? Não há uma resposta única, mas sim várias soluções consoante as situações. Mas, sem dúvida, uma das formas de gerar maior riqueza para uma região e de valorizar os seus produtos é apostar nos chamados “factores imateriais”, como a qualidade, design, marketing ou a comercialização.
O domínio destes circuitos é vital para tornar uma região mais competitiva nos mercados globais. Outro dos factores determinantes é a qualidade das estruturas e de serviços especializados às empresas, essenciais para a dinamização do tecido produtivo e para a competitividade dos produtos regionais, quer a nível nacional quer a nível internacional.
Mas para que estas fragilidades sejam ultrapassadas, os vários actores locais e regionais terão de estabelecer parcerias e projectos comuns, que criem riqueza para a região a médio e longo-prazo e que não tragam apenas benefícios no imediato.
E quando falo em colaboração e parcerias refiro-me também às existentes e necessárias entre zonas de países diferentes. Um bom exemplo é a recente iniciativa da Sociedade Transfronteiriça Congida - La Barca (zona de Freixo de Espada à Cinta) que, através do programa INTERREG, visa aproveitar as potencialidades oferecidas pelo Parque Natural do Douro Internacional.
Iniciativas deste tipo são bem vindas, se integradas numa estratégia bem delineada e com previsíveis resultados para a região. Apostar nas parcerias inter-institucionais e nas complementaridades inter-municipais é uma condição vital para o desenvolvimento e a criação de riqueza de uma região...da nossa região.