Os senhores da Europa andam muito preocupados com os desgraçados que entram pelos nosso países adentro em busca de melhores condições de vida,
o que neste caso quer sempre dizer quase único modo de sobrevivência.
Andam tão aperreados com o assunto, que até se encontraram recentemente todos ali em Sevilha para entre si discutirem o assunto com toda a pompa e circunstância como é uso e costume.
Quer dizer, eles não pretendem de modo algum impedir totalmente que os milhões de desinfelizes dos países muito pobres, onde há uma mão cheia de gente muito rica, venham para os países ricos, pois sabem que os trabalhos que eles vêm executar, já nem os pobres dos países ricos os querem lá muito levar a termo, ainda que eles sejam de todo em todo imprescindíveis.
Enquanto deu jeito, nós os ditos cidadãos civilizados da Europa e os nossos políticos sempre ávidos de bons resultados na sondagens, não nos preocupamos com a coisa, e fomos fazendo vista grossa às deploráveis e injustas coisas que se iam e vão passando no mundo da mão de obra estrangeira e barata.
Mas agora que o sapato começa a apertar-nos no pé, por causa do número crescente de pessoas que se deslocam para os nossos lados, a desinquietação começou a invadir-nos, e sentindo isso, por convicção ou por oportunismo os nossos representantes tomaram o assunto em mãos.
Tomaram-no e bem porque para isso é que a gente os escolhe e lhes dá garantia de sustento. Contudo, a forma como o fizeram pelo menos quanto a mim, não é de modo algum a mais justa nem a mais eficiente.
Não é a mais justa, porque parece que todos nos esquecemos, e por consequência também eles o esquecem, que na maioria das vezes os países pobres daquela desgraçada gente, são-no assim para que nos países deste lado haja pessoas como nós, mais ou menos rica, ou mais ou menos pobre, mas a quem o pão nosso de cada dia não vai faltando.
Para assim ser, vamos à terra deles buscar a matérias, pagámo-las ao preço que muito bem entendemos, deixamos hipocritamente que o dinheiro que lhes
entregamos seja para usufruto de uns poucos muito ricos, e assobiamos para o ar não nos incomodando com as ditaduras e com as torturas até que lhes vislumbremos ameaça para os nossos interesses.
Também não é o modo mais eficiente, porque perante os que nos espera neste contexto, a nada se fazer no que à justiça toca, num futuro já não muito distante, não haverá fronteiras ou polícias capazes de parar o fluxo das multidões desesperadas em busca de uma réstia de sol sob a forma de uma côdea de pão.
Aqui a imparável História ensina-nos que desde os primórdios do entendimento, sempre a Humanidade andou em bolandas em busca de melhores meios e de mais propicias condições de vida. A não ter sido assim, ainda estaríamos no tempo em que os animais falavam e a Terra estaria sem
vilv’álma em muitos dos seus magníficos lugares a começar pelo nosso.
Vem daqui que os cuidados a ter com a invasão demográfica que se teme, devem antes de mais por começar por ter em atenção a necessidade urgente
de se alterar e muito o estado das coisas nos países de origem dos milhares de imigrantes que clandestinamente aportam a nossas paragens.
Tendo a Europa a tradição humanista e civilizacional que tem, não pode de algum modo esquecer-se disso e pretender levantar como que um vergonhoso
muro em torno de si, pois como em outros casos, os muros só envergonham e prejudicam quem os constrói, e só agravam o que pretendem evitar.
Saltar a fronteira

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