Luis Ferreira

Luis Ferreira

Quem terá razão?

Não sei se é razoável fazer previsões sobre um futuro próximo. Certamente será sempre uma previsão e nada mais do que isso. A ninguém interessará até porque possivelmente poderá falhar. Afinal, as previsões são o que são e nós já estamos habituados a elas. No entanto e apesar de tudo e como somos supersticiosos, queremos sempre saber se saíram acertadas ou não.

Muitas vezes fazem-se previsões sobre coisas tão banais que é fácil acertar, contudo outras há que falham redondamente. Foi o caso das eleições americanas. Ao longo de semanas todos seguimos atentamente as sondagens e previsões tanto de agências como de personalidades que a esse respeito se pronunciavam e concluímos o quê? Que certamente Hillary venceria e que se os americanos escolhessem Trump, seria uma loucura. Dos americanos tudo se espera e estas eleições foram prova disso. Teve mais votos Hillary Clinton, mas arrecadou menos delegados. Perdeu, pois, as eleições e ninguém contava com isso. Resta agora fazer previsões para o que aí vem.

Como será então o mandato de Trump? Depois do que ele disse e desdisse, fica-nos pouco espaço para prever seja o que for. Realmente o que hoje é dito, amanhã ele desdiz e o que hoje promete, amanhã já não promete. Quem se aventura a fazer uma previsão sobre o que ele vai fazer ou que atitudes tomará em relação ao mundo que o rodeia e aos compromissos que existem? Penso que ninguém. Mas é esta incerteza que nos leva a prever uma coisa: de Trump, tudo pode vir. Esperemos pois, tudo e mais alguma coisa.

Uma coisa ele conseguiu até agora e não é muito agradável para a Europa e para muitos países em outros continentes. Pôs todos em sobressalto e ainda nem sequer começou o seu mandato. Durante a campanha atirou em todas as direcções e ameaçou tudo e todos. Prometeu o que não é de prometer e ameaçou quem não deve ameaçar. Depois das eleições esqueceu-se do que disse e moderou o discurso, mas penso que não engana ninguém. Afinal ele é e será sempre um prepotente, ditador e não admite que ninguém o contradiga. E como tem o Congresso e o Senado nas suas mãos, pelo menos a maioria deles, quem o vai travar? Claro que os americanos têm outras armas e são muitas as surpresas que podem aparecer, mas que alguém tem de ensinar este senhor a governar, lá isso tem. Afinal, como é que foi possível eleger uma pessoa que não tinha experiência de governo, que não conhece os países com quem tem de tratar assuntos de Estado, que não conhece os assuntos de Estado e que comete erros de palmatória ao referir-se a assuntos políticos? E ainda por cima um vaidoso de primeira. Só na América, realmente!

Mas há sempre uma questão que fica no ar: quem terá razão? Estamos habituados a eleger sempre o que nos parece mais plausível e talvez por isso dizemos que esta eleição foi um enorme erro. Será que foi? Não arrisco previsões, mas duvidando muito das capacidades governativas de Trump sempre espero não me enganar muito nas minhas apreciações, contudo como as surpresas existem, pode ser que este senhor não seja mais um Bush disfarçado e consiga ir contra todas as previsões possíveis. Pelo menos sai do esquema normal das eleições facilmente previsíveis. Depois do que disse em campanha, o que todos previmos foi que ninguém elegeria tal pessoa. Enganámo-nos. Todos, incluindo os americanos, esperavam que Hillary ganhasse. Enganaram-se. Será que nos enganamos todos se arriscarmos dizer que esta administração vai ser um desastre? Quem arrisca?

Pois se for um desastre, todos perdemos, se for bem sucedida é porque afinal uma vez mais nos enganámos a fazer as previsões. Futurologia é disciplina arriscada.

Mas à lais de conclusão, sempre arrisco dizer que possivelmente os americanos votaram em Trump para não verem uma mulher na presidência. Deles tudo se espera! Certamente seria mais

agradável terem uma mulher democrata na presidência do que um arrogante independente republicano, mas quem escolheu foram eles. Vamos esperar para ver quem terá razão.


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