Quem bem a cama fizer, nela se deitará, diz o povo, na sua profunda sabedoria.
Os portugueses fizeram mal a sua cama, desde 1970 e, principalmente, desde 1974.
A dívida pública passou de 3% em 1970 para 14% em 1973. Foi subindo, com altos e baixos, até aos 66% de 2000. Depois, começaram a vir as grandes crises económicas internacionais e a dívida já vai em 120%. O agravamento fatal dá-se principalmente desde 2006.
O atual governo parece desnorteado mas não tem porta de saída. Tudo o que tem a fezer é rigor, mais rigor, mais rigor, mas com equidade.
O que se passa na RTP e no Instituto de Gestão do Crédito Público é um escândalo que tira ao Governo a sua legitimidade para prosseguir a política de rigor porque está a beneficiar uns em detrimento de outros.
O Governo tem de emendar a trajetória ou morrer de vergonha. Se tem desculpa para a situação que herdou - porque outros fizeram mal a cama-, não a tem para situações em que ele próprio cai na injustiça, na inequidade e na defesa de interesses privados.
Aqui fica o alerta. É tempo de corrigir o rumo.