A crise política parece estar instalada, com um efeito certo: agravar a crise económica.
Nas causas da crise, estão seguramente o discurso idiota do Presidente da República (PR), na sua tomada de posse, a vontade de poder dos dirigentes do PSD e a vontade do Primeiro-Ministro (PM) em arranjar um pretexto para encurralar a Oposição e o Presidente da República.
O que me parece evidente é que nada justifica o PM não ter, pelo menos, telefonado ao PR e ao líder da Oposição. Compreendo que a situação deve ser muito perturbadora e que, qualquer um de nós, naquele lugar, estaria próximo da esquisofrenia, ainda por cima com todas as «Merkel`s» a pressionar para que o PM chame o FMI e o Fundo Europeu. Com este não gesto, nem um pedido de desculpas, Sócrates está, seguramente, em maus lençóis.
Há sempre duas saídas para Sócrates: 1) pressionar a aprovação, no Parlamento, do PEC IV e, em caso de não aprovação, demitir-se; e, 2), pedir desculpas e entabular negociações para a formulação do PEV IV.
Na segunda hipótese, a Oposição, cobrirá Sócrates de ridículo porque, como Sócrates e como o PS e como o PSD, terceiromundistas. Num regime de caudilhos, resta o esgrimir das armas e da estupidez. Por isso, vamos para a prineira hipótese e para eleições antecipadas, onde a arruaça prevalecerá.
Com eleições antecipadas ou sem elas, teremos, muito provavelmente, um governo minoritário. O PR será forçado a intervir para forçar o PS e o PSD a entenderem-se num governo de salvação nacional (leia-se da ambição de poder dos dirigentes dos dois partidos). O país ficará sempre mal mas é o seu destino. E, pelos vistos, o Povo Português também não quer melhor.