A derrota de Portugal, hoje, na Noruega, parece ser apenas mais uma face da crise global que atravessa a sociedade portuguesa. Verdade que não é só a portuguesa mas a nossa é, provavelmente uma das maiores, se não a maior das crises económicas e sociais dos países do mundo capitalisticamente desenvolvido, isto é, do mundo dos 42 países da OCDE.
Portugal carece sobretudo de seriedade, de organização, de disciplina,de estudo, de trabalho e de rigor. O que se passou no futebol, nos últimos dois jogos, é o espelho do nosso ser: um conjunto de egoísmos, de julgar-que-somos melhores-que-cada-um-dos-outros e de falta de organização e disciplina táctica. Pôr a jogar jogadores que só se vêem a eles próprios é um erro grave. É verdade que os nossos jogadores são apenas jogadores de qualidade média mas a sua indisciplina, o seu egoísmo e a sua falta de cultura táctica deitam tudo a perder.
O país também está assim: cada Partido puxa para seu lado. A educação, em vez de puxar pela excelência, tende para a banalidade e para o facilitismo. A formação de professores e de técnicos em geral é uma desgraça. Em 35 anos de democratização errada da educação e da formação, o país auto-destruiu-se. E a democratização, quando bem promovida, é tão linda!
Admiram-se agora que a UE queira controlar os orçamentos nacionais! E o mais que irá querer controlar! Quem não quer um bom pai, acaba sempre por pedir um mau padrasto.