Os Censos 2011 revelam, à partida e numa primeira análise aos dados, o que se torna muito claro para quem vive e é apaixonado pelas terras transmontanas. Só o distrito de Bragança perdeu de 2001 a 2011 mais de 12 000 habitantes. Esperemos que a dureza dos números faça pensar quem, nos lugares cimeiros do nosso Portugal, pode fazer algo para alterar esta realidade. As potencialidades inúmeras da nossas região são um tesouro que urge (re)descobrir e aproveitar!
E eis que estão já em funções os novos Ministros e Secretários de Estado de Portugal para poder implementar uma mudança de política. Com maior ou menor confiança nos novos responsáveis governativos, a verdade é que está nas suas mãos o futuro de todos nós. Confesso que estou muito expectante, pois só uma mudança profunda conseguirá colocar um travão na situação insustentável que vivemos e qualquer passo que este Governo dê nesse sentido será uma lufada de ar fresco... Espero que as muitas qualidades profissionais da grande maioria dos novos responsáveis se imponha como um novo rumo para o nosso país e para a própria política portuguesa. A ver vamos…
Certo é que a discussão que se coloca não é a necessidade de fazer reformas estruturais. Basta olhar para a saúde, educação e justiça, por exemplo, para ser indiscutível a necessidade de uma verdadeira revolução. Os moldes em que a mesma se fará, onde o Humanismo e a Dignidade da Pessoa Humana seja o primeiro e primacial valor a ser ressalvada, isso sim será uma tarefa hercúlea para os nossos dirigentes.
No que diz respeito ao nosso distrito, podemos ter alguma esperança que os números sejam tratados de modo diferenciado e não, pura e simplesmente, a regra e esquadro. A suspensão do encerramento de mais 654 escolas em todo o país, ainda que se afirme que algumas certamente encerrarão, permite que se tenha alguma esperança sobre o fim da ditadura dos números…
Será desta que passaremos a ter um sistema de educação em que qualidade, liberdade e autonomia sejam as palavras de ordem? Será que se cumprirá a Constituição e se concretizará, finalmente, a liberdade de aprender e ensinar? Certo é que Portugal não pode esperar!