Isto há coisas do caraças! Desculpem vossemecês a expressão. Quer dizer, anda uma região para aqui esquecida e abandonada durante anos e anos, mal se lembram dela a não ser quando lhe apreciam os néctares, e agora logo no princípio da sua acção, vem este Governo, e pimba, acaba lhe com uns dos únicos, se não o único organismo público que apresenta obra feita — O IND, ou Instituto de Nave-gabilidade do Douro, mais propriamente.
Já não bastava não nos darem acessos condignos conforme seria de toda a justiça, uma vez que os merecemos a bem merecer, e não darem seguimento às promessas da campanha eleitoral em relação a outros problemas da região, ou pelo menos disso mostrarem lembrança, e haviam logo de se lembrar de mexer com este nosso Instituto.
Reparem que digo nosso, e de propósito. Digo o, porque o IND se soube assumir como organismo nado e criado de e para toda a região ribeirinha, e mostrou desde o seu advento não precisar de verbas do Orçamento Geral do Estado para fazer as obras que fez, que não foram poucas, e que muitas mais haveriam de ser se os altos poderes lho permitissem.
Só que parece que tanta capacidade de executar muita e bonita obra, logo meteu pirraça a alguém, e não descansaram os senhores burocratas lá de longe enquanto não lhe retiraram autonomia e lhe não secaram a fonte própria. Até parece que nós cá para cima e cá para dentro não somos filhos de Deus, e não temos direito a usufruir de infra estruturas capazes de nos proporcionarem uma pelo menos razoável qualidade de vida.
Mas é claro que temos sim senhor! E temos, primeiro porque geramos riqueza suficiente para o permitir, basta que não no la levem sem que deixe rasto, e basta que não nos cerceiam as pernas fazendo coisas como esta que estão fazendo com o IND. Segundo, porque ainda que as não tivéssemos, também somos cidadãos de pleno direito deste belo jardim à beira mar plantado, onde os jardineiros infelizmente nem sempre regam de igual for-ma todas as plantas. Bem nos podem vir dizer, conforme vai ser o mais certo, que o IND não acaba, que pura e simplesmente vai ver o seu enquadramento legal alterado, e que pouco ou nada vai ser modificado.
Mas se o fizerem, isto é, se o disserem, o mínimo que poderemos fazer é mandá los pentear macacos e estarmos atentos às suas pretensões, que passarão quem sabe, por levar para Lisboa as competências e as inerência0 do IND, para as entregar a um qualquer figurão que as deseja, mas não quer vir atrás delas, para aqui para o que eles julgam ficar para lá do sol posto, e em terra de gente que não sabe com quantos paus se faz uma canoa.
Mas enganam se se assim pensam os tais senhores. É que por toda a região ribeirinha do Douro, zona de influência do IND, com marcas bem visíveis da sua benéfica acção, existe muita gente que sabe o que quer, e que bem sabe o quanto tem a perder se suceder ao IND o que vem sendo tentado e anunciado.
Pode parecer por vezes que não é assim, e que por estas bandas toda a gente anda distraída ou entretida a ver passar os comboios. Mas a ver passar querem por o IND, não os comboios, mas os navios que navegam no nosso rio, como se um organismos deste calibre e com tantas provas dadas para mais não servisse.
Mas serve, e disso foram dadas provas, e toda a gente que não é descuidada é sabedora. Por isso, se toda a região quiser de uma vez por todas mostrar que sabe defender os seus interesses, no presente e no futuro, já que no passado nem é bom falar, deve unir se na defesa do Instituto de Navegabilidade do Douro, de modo a evitar que mais uma vez nos levem as riquezas que geramos, para outras paragens onde farão muito jeito e onde se multiplicarão por muito votos, os tais que por cá não temos em muita quantidade mas são de igual valor.
Pelo IND

Pelo IND
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