Batista Jerónimo

Batista Jerónimo

Parque da cidade de Bragança

Ninguém se poderá opor a um equipamento destes, no entanto, ao ser em Bragança, não poderá, por exemplo, ser uma réplica ou uma aproximação ao de uma cidade de média ou grande dimensão do Litoral.

Isto porque, as motivações e as necessidades da procura são diferentes, como é de fácil compreensão. Fazendo já parte do guião de investimentos em várias Cidades ou nos superamos numa, ou duas atracções diferenciadoras e interessantes ou então é mais um e não vai gerar fluxo turístico. O Parque da Cidade é sempre um local privilegiado como lugar de lazer, de educação ambiental, desportivo e cultural e passa também por um refúgio que garanta segurança, local de eventos, pratica desportiva, espaços verdes, condições de várias práticas desportivas, sossegado para aqueles só procuram a frescura e o silêncio para ler, “arrumar ideias”, escrever. É suposto que tenha amostras de fauna e flora, no fundo, um espaço de divertimento, aprazível e, para isso, é necessária água, lagos, charcas, riachos, espelhos de água, fica mais rico com a possibilidade de praia fluvial, árvores (muita sombra) e relva. Possibilidade de fazer piqueniques, marcha, corrida, bicicleta, aparelhos de ginásio, local de ao fim de semana permanecer horas, férias escolares com desportos radicais, insufláveis para crianças. Impreterivelmente Parques Infantis, Parque de Merendas, Polidesportivo (s) várias Instalações Sanitárias e opções diferenciadas na Restauração.

Para eventos poderia ser um Pavilhão Multiusos com dimensão para poder acolher grandes acontecimentos, e que Bragança clama há pelo menos uma década.

Nunca se deve descuidar a localização, esta deve levar em conta a Cidade, de preferência o mais perto possível do centro geográfico (não sejam eles considerados o pulmão do aglomerado populacional), muito e prático estacionamento, de fácil acesso às ligações rodoviárias e outras.

Para Bragança, Capital de Distrito, Concelho ancora para o Interior Norte, um Parque da Cidade terá de ter uma área a rondar os 60 hectares.

Dado o que já vi e percorri, apontaria a área do corredor verde do Rio Fervença, como a localização que reúne melhores condições. A iniciar no Mosteiro de Castro de Avelas, passar pelo IPB, especial atenção ao Polis (aproveitar para reabilitar), descer ao lado do rio mostrando as escarpas (aqui, também era diferenciador e gerador de turismo um Teleférico que subisse ao São Bartolomeu, o melhor miradouro e mostra-se a Cidadela) a Casa da Seda, o Centro de Ciência Viva, as Muralhas do Castelo (sinalética como chegar à Cidadela, Castelo, Domus) e continuar até à “antiga” ETAR, entretanto deslocada ou camuflada e em funcionamento pleno e, então a Cidadela podia ser considerada Património Mundial pela UNESCO. Seria o investimento perfeito para o rio Fervença ser integrado na cidade, ser intervencionado de vez em relação à despoluição que a “todos” nos envergonha e incomoda, com algumas pontes açudes para aproveitamento de desporto não motorizado, passadiços junto ao rio para mobilidade de inverno, aproveitar os prados para manter os animais autóctones.

Em contra ponto, onde está “pensado?”, num extremo da cidade, sem água e sem dimensão, nunca será o Parque da Cidade que Bragança merece, mas só mais um jardim, infelizmente continuamos a não pensar no futuro e a brincar ao jogo do faz de conta.

Continuando a pensar em Bragança como Capital de Distrito e Concelho ancora para o Interior Norte, para esta dimensão desejada, na Quinta da Trajinha, pela localização e orografia do terreno, nada melhor que um Centro de Estágios Desportivo.

Bragança, 31/07/20

Baptista Jerónimo


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