Passar para o conteúdo principal
Diário de Trás-os-Montes
Montes de Notícias
  • Início
  • Bragança
    • Alfândega da Fé
    • Bragança
    • Carrazeda de Ansiães
    • Freixo de Espada à Cinta
    • Macedo de Cavaleiros
    • Miranda do Douro
    • Mirandela
    • Mogadouro
    • Torre de Moncorvo
    • Vila Flor
    • Vimioso
    • Vinhais
  • Vila Real
    • Alijó
    • Boticas
    • Chaves
    • Mesão Frio
    • Mondim de Basto
    • Montalegre
    • Murça
    • Ribeira de Pena
    • Sabrosa
    • St.ª Marta Penaguião
    • Peso da Régua
    • Valpaços
    • Vila Pouca de Aguiar
    • Vila Real
  • Reportagens
  • Entrevistas
  • Fotogalerias
  • Vídeos
  • Opinião
  1. Início

As origens dos entrudos transmontanos

Retrato de parafita
Alexandre Parafita

As origens dos entrudos transmontanos

As manifestações mais tradicionais do Carnaval em Trás-os-Montes continuam a ser designadas por Entrudo e inserem-se nas celebrações rituais do ciclo do inverno com origens que nos levam até à Roma antiga. Nesta região é onde encontramos as marcas mais originais dessas celebrações, em especial nos ritos protagonizados pelos caretos de Podence, Ousilhão, Baçal, Varge, Vilas Boas, Salsas, entre outros. Mas também nas máscaras de Lazarim, no julgamento do entrudo de Santulhão, o julgamento do Salomão em Armamar, as queimas do entrudo de Paradinha Nova, Pinela, Carrazedo e muitas outras manifestações.

A figura dos caretos, tal como os vemos nestes rituais, personificam seres sobrenaturais, herdeiros dos deuses diabólicos venerados na antiga Roma desde o império de Júlio César. A fisionomia dos caretos transmontanos, com as suas máscaras demoníacas, impondo um misto de terror e diversão, apresenta evidentes semelhanças com as divindades das festas Lupercais romanas que eram celebradas nesta mesma altura do ano em honra do deus Pã, este também representado com aspeto diabolizado, corpo peludo e cornadura de bode, perseguindo e aterrorizando as pessoas nas ruas. Repare-se como vemos estes cenários reproduzidos nos nossos caretos, quando perseguem e chicoteiam especialmente as moças, assustando-as nas ruas com os seus chocalhos à cintura que movimentam em gestos eróticos.

Nos entrudos tradicionais, há celebrações que variam nos seus ritos e expressões conforme as localidades, isto porque representam também origens diferentes. Neste mesmo período do ano faziam-se também na antiguidade as festas ao deus Saturno, deus da Agricultura. Eram conhecidas como Saturnais Romanas, ou Saturnálias. Nelas era permitido que o poder dos senhores passasse provisoriamente para os escravos, ou seja aqueles que faziam produzir os campos. Era, pois, um tempo de inversão, prazer e exagero, em que os escravos passavam a ser livres, nas palavras e nas ações, podendo expor publicamente os seus senhores, criticando-os e pregando-lhes partidas. É o que vemos também hoje em muitos carnavais, com os poderosos, sejam eles os políticos, dirigentes desportivos e outros, a serem caricaturados nos cortejos ou no espaço público das vilas e aldeias.

Estas celebrações têm uma evidente origem pagã, contudo, com o tempo, o cristianismo apropriou-se delas. Repare-se como a palavra “entrudo” procede do latim “introitus” que significa entrada. Entrada em quê? Entrada na Quaresma, que se traduz num tempo de recolhimento, reflexão, penitência, para curar na alma os pecados que os prazeres do corpo trouxeram dos três dias de excessos anteriores. A Quarta Feira de Cinzas tem, por isso, uma simbologia enorme. Após os três dias de pecado, há que queimar o que resta. Vejam-se os julgamentos, as queimas do entrudo, dos bonecos de Paradinha e Carrazedo, o julgamento de Salomão e a queima do santo entrudo em Armamar (na vizinha Galiza há a “queima do Filipe”). Daí as cinzas. Após as cinzas, constrói-se um tempo novo, o tempo primaveril, sempre mais esperançoso do que o inverno que ficou para trás.

Partilhar
Facebook Twitter

+ Crónicas


Negócio de ricos… angústia de pobres
Publicada em: 24/08/2019 - 21:59
«Nasci com uma vontade terrível de trabalhar»
Publicada em: 22/08/2019 - 20:21
Esopo e as pulgas
Publicada em: 13/08/2019 - 22:55
Em que águas navega Magalhães?
Publicada em: 26/07/2019 - 21:25
A Lenda das “Cristas de Galo”
Publicada em: 16/07/2019 - 15:24
Quando a humildade casa com o génio
Publicada em: 27/06/2019 - 19:49
Falar de Agustina é falar de um génio!
Publicada em: 03/06/2019 - 15:23
Não mexam com a dignidade dos professores!
Publicada em: 22/05/2019 - 16:03
A violência de género no interior rural
Publicada em: 24/04/2019 - 10:35
O botão de Salazar
Publicada em: 05/04/2019 - 10:57
  • « primeira
  • ‹ anterior
  • 1
  • 2
  • 3
  • 4
  • 5
  • 6
  • 7
  • 8
  • 9
  • …
  • seguinte ›
  • última »

Opinião

Retrato de brito
João Carlos Brito
“Do rio Canhona pr’a lá, manda quem lá está!”
20/01/2021
Retrato de parafita
Alexandre Parafita
Um fraco Rei
19/01/2021
Retrato de henrique
Henrique Ferreira
Morreremos da doença e da cura?
17/01/2021
Retrato de igreja
Manuel Igreja
O boneco de neve
16/01/2021

+ Vistas (últimos 15 dias)

Mulher de 70 anos encontrada morta dentro de uma lagoa em Cércio
// Miranda do Douro
Atleta de Mirandela cai inanimado e morre durante jogo de Basquetebol
// Mirandela
PSP investiga assalto violento a casal de comerciantes em Chaves
// Chaves
O distrito de Bragança é o que apresenta o maior crescimento: 79%.
// Trás-os-montes
Homem de 64 anos morre em acidente com trator em Vila Real
// Vila Real

Publicidade Google

CRONISTAS

Retrato de brito
João Carlos Brito
Retrato de Nuno
Nuno Magalhães
Retrato de bob
António Bob Santos
Retrato de Bandarra
Carlos Ferreira
Retrato de ana
Ana Soares
Retrato de Angela
Ângela Bruce
Retrato de chrys
Chrys Chrystello
Retrato de barroso
Barroso da Fonte
Retrato de batista
Vítor Batista
Retrato de Duarte
Duarte Mairos
Retrato de joaomartins
João Gabriel Martins
Retrato de Paulo
Paulo Fidalgo
Para sugestões, informações ou recomendações: [email protected]

Formulário de pesquisa

Diário de Trás-os-Montes

© Diario de Trás-os-Montes (Desde 1999)

Proibida qualquer cópia não previamente autorizada.



  • Ficha Técnica
  • Estatuto Editorial
  • Contactos
  • Login


Bragança

  • Alfândega da Fé
  • Bragança
  • Carrazeda de Ansiães
  • Freixo de Espada à Cinta
  • Macedo de Cavaleiros
  • Miranda do Douro
  • Mirandela
  • Mogadouro
  • Torre de Moncorvo
  • Vila Flor
  • Vimioso
  • Vinhais

Vila Real

  • Alijó
  • Boticas
  • Chaves
  • Mesão Frio
  • Mondim de Basto
  • Montalegre
  • Murça
  • Peso da Régua
  • Ribeira de Pena
  • Sabrosa
  • St.ª Marta Penaguião
  • Valpaços
  • Vila Pouca de Aguiar
  • Vila Real

Secções

  • Douro
  • Trás-os-Montes
  • Livros
  • Mirandês
  • Emigração
  • Diversos
© Diário de Trás-os-Montes