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O tempo na política

Retrato de fernando
Fernando Campos Gouveia

O tempo na política

Sendo a política a actividade de organização e governação das sociedades, constitui naturalmente uma questão que interessa a todos os cidadãos e não apenas aos que, por vocação, por interesse ou por mero acaso, se dedicam profissionalmente a esta actividade. De facto, os métodos de organização social politicamente utilizados determinam as relações entre o indivíduo e a colectividade, entre o cidadão e a nação. O tempo da política é, por conseguinte, todo o tempo, porque em cada momento as relações entre o cidadão e a nação estão ou podem estar em causa.

Falamos obviamente de política usando o conceito mais abrangente do termo, para contrariar um pouco uma tendência facilitista que consiste em afirmar que a política é para os políticos ou, pior ainda, que a política tem um tempo próprio, que é o tempo da designação dos detentores do poder.

A escolha dos detentores do poder nas sociedades ditas democráticas é, naturalmente, um momento importante na vida dum Estado, mas não pode esgotar o conceito de democracia e muito menos o de política. Ora, o que me leva a alinhar aqui algumas reflexões é precisamente a moderna tendência para concentrar toda a discussão política num escasso período de campanha eleitoral e abandonar essa discussão depois de resolvidas as batalhas eleitorais.

Nos tempos que correm, a reflexão sobre o tempo e a política deveria ser uma das tarefas fundamentais dos governantes. A crise profunda que vivemos - e que alguns querem à força enterrar antecipadamente, como pequena gripe do capitalismo que se cura com alguns pequenos ajustamentos - deveria alertar os poderes públicos para a necessidade de se estudarem as diferentes opções do futuro colectivo e projectar no tempo a acção política.

O ruído mediático das eleições impede, no entanto, esta reflexão, que deveria ser, repito, uma tarefa de todos os dias e envolver os melhores pensadores da sociedade.

O actual momento eleitoral confirma todos os dias a ideia de que as campanhas eleitorais não procuram esclarecer, mas convencer, que não procuram propor soluções, mas conquistar votos. O objectivo de alcançar o poder sobrepõe-se a quaisquer outras considerações. Ora, as questões fundamentais que os cidadãos e os políticos deveriam colocar-se são estas: Vou atribuir o voto a estes para quê? Queremos o poder para quê? O que vamos fazer com o poder que nos delegais? E como é que o que vamos fazer se integra numa estratégia de futuro? Qual o futuro que vos propomos?

Reduzida a uma perspectiva de curto prazo correspondente ao período do mandato eleitoral, a actividade política fica assim atrofiada e as preocupações dos políticos parecem ter mais que ver com a conquista ou conservação do poder do que com a organização da sociedade em função da vontade dos cidadãos. A legitimidade adquirida pelo voto – por vezes bem escassa, se compararmos o número de votantes na proposta vitoriosa com a comunidade dos cidadãos – permite aos eleitos, com mais ou menos oposição, exercer o poder durante quatro anos segundo uma visão limitada ou unilateral da sociedade, para não dizer segundo os interesses que suportaram a sua ascensão ao poder.

As campanhas eleitorais tornaram-se, assim, momentos cruciais de luta pelo poder, durante os quais se jogam argumentos sérios e desonestos e se usa e abusa duma comunicação social avassaladora, desprovida muitas vezes de qualquer sentido ético ou de vergonha. E é frequente que acontecimentos menores ou pequenas intrigas de comadres se tornem o centro da discussão eleitoral, fazendo uma espessa cortina de fumo que encobre as verdadeiras questões da sociedade.

Acabamos de ter um significativo exemplo dessa prática: a suspensão dum programa noticioso numa estação de televisão veio sobrepor-se a qualquer discussão contraditória de programas ou de diferentes opções de governação. O momento político torna esta decisão duma empresa privada de comunicação uma questão política nacional.

Neste contexto, não sabemos escolher entre as diversas incompetências que ontem se manifestaram largamente nas primeiras páginas dos noticiários:

- Uma oposição insegura dos seus créditos que aproveita a ponta do rastilho para atear e propagar o fogo da polémica;

-Um governo com telhados de vidro e envolvido em relações promíscuas com certos interesses privados, a quem o facto não aproveita, mas que tem manifesta dificuldade em se eximir a toda a suspeita, fundada ou não.

-Um empresário estrangeiro duma empresa portuguesa que não foi capaz de entender que o momento era inadequado para proceder a alterações de programação. Por muito urgente que fosse uma tal decisão de gestão, a empresa não iria à falência pelo adiamento durante duas semanas. Noutro momento, a opção decidida encontrava-se mais que justificada, dado o descrédito geral em que caíra o programa e a respectiva apresentadora, que havia transformado o espaço noticioso em momento panfletário de mau gosto.

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