O PSD procura a fonte do saber para poder propor um bom programa de governo ou, pelo menos, para propor um programa de governo legitimado pela tecnoestrutura dos gestores e da sociedade dos centistas e dos intelectuais.
Faz bem o PSD, à semelhança do bem que fez Guterres com As Novas Fronteiras. Espero é que o PSD não faça com o «Mais Sociedade, Portugal faz-se consigo» algum mal que Guterres fez com o Novas Fronteiras.
É que a fome de poder (sobretudo de governar-se) dos militantes do PS, afastados do Poder há 10 anos, era, em 1995, tanta que o Novas Fronteiras foi um chapéu para encobrir muitas coisas menos bem feitas.
Agora, o PSD pode estar avisado para a gula e vontade de poder dos militantes e, sobretudo, dos quadros. Podem, para isso, servir-lhe de lição as más experiências do PS, tanto em 1995-2002 como em 2005-2011.
O país precisa de uma mudança urgente e de fundo mas o PSD actual também não está preparado. É capaz de ser um pouco melhor que o PS, sobretudo porque está fresco, porque tem vontade, porque pode reunir os melhores intelectuais, porque permite melhor o debate e as dissensões internas. Mas o sistema político não está para líderes renovadores ou para grandes rasgos.
O sistema político está mesmo talhado para a mediocridade, para os poderes caseiros e mesquinhos, para o «atavismo da raça».
Porém, os desafios são enormes e à prova de uma liderança forte, nos planos político, técnico e burocrático. Ou Portugal rompe com o seu passado de pequenez, de mesquinhez e de menor valia dos seus políticos ou não terá quaisquer hipóteses.
Porém, a condição para esta ruptura é um novo recomeço, isto é, que não sejam os políticos actuais a estruturar qualquer processo de mudança. A sua acção tem sido desastrosa para o país.
Quererá Pedro Passos Coelho protagonizar a ruptura de que falo?