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O nosso caminho-de-ferro

Retrato de igreja
Manuel Igreja

O nosso caminho-de-ferro

Sempre que se me fala em Caminho-de-Ferro, vem-se-me à ideia a imagem de uma máquina preta e enorme a deitar mais fumo que eu sei lá o quê, e a correr desabridamente como se mil diabos a empurrassem tocando-a com por uma força lá dentro que mais parece que a vai fazer rebentar a todo o instante. Isto para já não falar dos índios a galope sem sela, a persegui-la atirando setas com enorme perícia enquanto não surgem os heróis da cavalaria que ao som da corneta avançam sobre os malvados que porque se sentem ameaçados, tentam impedir a marcha do progresso seja lá isso o que for, e o há para os mais variados gostos.

Progresso e caminho-de-ferro, é pois uma associação quase imediata para quem tenha passado os verdes anos entretido com livros de aventuras, mas o mesmo se passará por certo para quem se tenha debruçado ou se debruce sobre o aparecimento há século e meio mais coisa menos coisa, das engenhocas que mudaram o mundo quase que repentinamente. Esses apetrechos parecem-nos hoje coisa de pouca monta em relação ao que actualmente se inventa, mas no seu tempo foram verdadeiramente um passo gigantesco e uma mudança radical no quotidiano de toda a gente.

De entre todos, a máquina a vapor virada meio de locomoção, pode logo à primeira ver-se entre os mais importantes, para não ir mais longe e dizer desde já que foi o mais importante. Porque surgiu, obrigou a que se abrissem vias esventrando a terra e movendo pedregulhos, fez com que circulassem ideias em todos os sentidos e de todos os pontos de vista, e fez com que florissem por toda a parte investimentos económicos capazes de abalar as mais vetustas estruturas físicas e mentais.

Modo de levar mais longe mais e mais gentes e mais e mais mercadorias, o caminho-de-ferro rapidamente virou essencial factor de desenvolvimento, transformando-se absolutamente num marco inequívoco e perfeitamente divisível entre o seu “antes” e o seu “depois”. Teve os seus tempos áureos o comboio, até que a insensatez dos homens substituiu a imprescindibilidade dos carris pela do asfalto, que sempre permite mais o exibir de vaidades próprias aliadas a um ilusório porque não inevitável sentimento de independência.

Por toda a parte, pelo menos no nosso país que é obviamente o que conhecemos melhor, encerraram-se linhas e ramais praticamente na mesma proporção em que se incentivava o uso da rodovia. Sem dó nem piedade, sem planeamento e sem pejo, isolaram-se ainda mais povoações e populações, rendidos que nos fizemos ao fulgor do alcatrão. Viajantes e mercadorias passaram então a circular com mais encargos monetários e com mais e enormes custos ambientais. Soube há dias, imagine-se, que só pela fronteira de Vila Formoso, passam cinco mil e quinhentos camiões por dia! Façam-me então o favor os especialistas de ver as contas de tanta azafama, não se esquecendo de aquilatar o quanto custaria ela a menos caso toda aquela tralha, passe o termo, circulasse encima de carris acomodada em vagões.

Mas se calhar essas contas já estão contudo feitas, e por isso é que se diz já que vem aí uma nova revolução no caminho-de-ferro, justamente de novo tido como o meio de transporte do futuro. Pena, é que na nossa Linha do Douro, do Marco de Canavezes para cá, as composições e o modo de viajar ainda sejam ao jeito do tempo dos pioneiros, e do Pocinho para cima já se não ouça apitar o comboio pura e simplesmente porque injustamente se teima em se olhar unicamente aos celebres rácios que nos atiram para o fundo da carruagem do progresso.

Devem pensar que somos índios que andam para aí com as “partes” tapadas com tangas de peliça, a quem se ilude com verdadeiros tiros de pólvora seca, que são as promessas que tanto nos fazem. Por favor, desdigam-me, ó senhores, e revitalizem a Linha do Douro. Melhorem o nosso caminho-de-ferro. Andem lá.

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