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  1. Início

O défice

Retrato de igreja
Manuel Igreja

O défice

Nos últimos dias e semanas, muitos doutos senhores das coisas da economia,
não têm falado de outra coisa que não seja o défice e da forma de o fazer diminuir para valores mais recomendáveis e aceitáveis.

Como toda a gente sabe, o défice é a diferença entre aquilo que se ganha e aquilo que se gasta, e ele aumenta na exacta medida em que se tem mais olhos que barriga, tornando-se mais complicado na exacto medida também em que se afasta e nos afunda a todos e nos empobrece, mesmo que quando o contrário pareça.

Para o combater e para o estancar, dizem os tais senhores algo que não seria necessário serem eles a dizer, pois o que afirmam é nada mais que o mais óbvio, e as medidas que recomendam são nada mais que as mais fáceis de encontrar.

Diminuir nas despesas é a necessidade mais clara, e ir aos bolsos daqueles que os têm mais desprotegidos e que são sempre os mesmos, é o que sempre sucedeu, é o que está a suceder, e é o que pelos vistos sempre vai acontecer. Só digo que para isto, qualquer um pode ir a ministro, pois a mandar nunca ninguém quebrou, e a pagar contas com o dinheiro dos outros nunca ninguém ficou mal.

Para as pagar, ou para não as deixar aumentar, recomendam os sábios senhores que ganham num mês aquilo que a maioria dos portugueses ganham num ano, que se corte nas regalias adquiridas, que se não aumentem os ordenados, que se corte na segurança do emprego e da saúde, e que se punham os cidadãos a viver pior, obviamente a grande maioria de sempre, que a minoria do costume, essa, é intocável, ou pelo menos assim parece.

Pela minha parte, estou pronto para tudo se for para o bem de todos, mas não deixo de alertar que tirando-nos o que temos em termos sociais, que não é muito, mas nos faz parecer europeus, e se calhar é a única coisa que o faz, ficamos iguais ao asiáticos que trabalham por uma migalha como por cá foi em tempos que já lá vão.
Se isso vier a ser, Portugal fica tal e qual um país de África, o que nem será descabido de todo, uma vez que em questão de mentalidade nem andámos assim tão longe como isso dos africanos com o devido respeito que são boa gente. Se não, que dizer de uma nação em que se trabalha o menos que se pode, se gasta o mais que se consegue, e se troca o essencial pelo acessório num verdadeiro quotidiano de vaidades vãs e petulâncias ocas ?

Mas indo outra vez ao défice e o que os doutores em Económicas afirmam, não quero deixar de referir uma outra coisa. É que falam de corte de despesa, e mais corte de despesa, dizem que o monstro défice tem o ninho no gasto público, mas não dizem que ele pode ser encontrado também nas recitas que não se conseguiram nem conseguem gerar.

Não conseguiram nem conseguem, porque, digo eu, de há uns vinte anos para cá, quem mandou, deixou que se destruísse todo o nosso tecido produtivo, ao se reduzir a industria à construção civil, ao se acabar deliberadamente com a agricultura, e ao se deixar ir por água abaixo toda a nossa frota de pesca.

Tudo isto, enquanto se derretiam os milhões e mais milhões de contos de rei que vinham de Bruxelas em foguetório, em automóveis de luxo, e em outras coisas que tais, que encheram olhos e barrigas enquanto foi esse tempo, mas que agora nos deixam sem a formação profissional que se impõe uma vez que a da treta não serve, e nos deixa sem as armas necessárias para produzirmos e competirmos seja com quem for.
A culpa, essa não é de ninguém como é costume e até podemos ficar assim. No entanto, é tempo de exigirmos que deitem mão a isto, que nós cá estamos para o que der e vier, desde que toque a todos o bem e o mal que a todos toca.

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