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O caos em clímax

Retrato de henrique
Henrique Ferreira

O caos em clímax

Enquanto as nuvens se adensam sobre a Europa, em torno da crise financeira dos grupos PIGS (Portugal, Italy, Greece e Spain) e STUPID (Spain, Turkey, United Kingdom, Portugal, Greece, Italy e Dubai), nas expressões dos tecnocratas económicos e financeiros do bloco suíço, holandês, francês e alemão, os políticos portugueses escolheram a pior altura para desencadear uma crise política na medida em que os olhares das agências financeiras internacionais estão focalizados nos países do Clube MED (Portugal, Espanha e Grécia) e a puxar o preço do dinheiro para cima.
A situação, cá dentro, parece ser tanto mais grave quanto a inconsciência (ou ignorância, não sei) sobre o que se passa lá fora. Com efeito, basta dar uma olhada aos jornais espanhóis (ver sobretudo http://www.elpais.com/articulo/primer/plano/Grecia/ha/ensenado/Europa/el... e http://www.elpais.com/articulo/economia/dia/Europa/rozo/catastrofe/elpep...) para se perceber que os portugueses ainda não se aperceberam da real gravidade da sua situação económica, havendo mesmo uma agência, a Société Générale, a sugerir a necessidade de uma cisão no grupo euro, recomendando a Portugal, Espanha e Grécia a saída do grupo para não porem em causa a estabilidade da moeda europeia.
De facto, apesar da gravidade da situação na Grécia, com um défice de 12,7% e uma dívida pública de 122%, e, em Portugal, com um défice de 9,3% e uma dívida assumida de 223% (83% de dívida pública e 118% de dívida privada), num PIB de 166 mil milhões de euros, isto é, de 33 mil milhões de contos, é o peso da economia espanhola, a valer duas vezes as economias juntas daqueles dois países, que mais faz tremer os tecnocratas económicos e financeiros europeus. Os casos português e grego, apesar de inaceitáveis, são vistos como duas bolhas económicas, sem expressão (a contarem, no conjunto, 5,3% do PIB europeu), mas a economia espanhola, sozinha, vale 10% da economia euro e, se em ruptura, não poderá ser salva por incapacidade financeira do sistema europeu.
Ora, a Espanha está à beira do desastre financeiro. Em artigos de fundo, dedicados ao tema pelo El País, durante o fim de semana, são postos em evidência o défice de 11,3% das contas públicas, e os 280% de dívida face ao PIB do país, apesar de a dívida pública ser só de 55% do PIB. Assim, a Sociedade Civil e financeira espanhola é considerada falida porque os privados devem 225% do PIB, ou seja, 2.250.000.000.000 de euros, isto é, quatrocentos e cinquenta mil milhões de contos, ou seja, 27 vezes o Orçamento de Estado português, que, com o défice incluído, é de dezasseis mil milhões de contos e, sem défice, é de treze mil e seiscentos milhões. Os articulistas estimam que a Europa teria de injectar em Espanha 600.000 milhões de euros, sete vezes e meia o OE português, afigurando-se-lhes a possibilidade impossível de realizar.
Espanta por isso que alguns jornalistas, o PSD e o PS tenham escolhido estes momentos críticos para desencadearem a crise política que vivemos, com o Presidente da República tornar-se (involuntariamente?) no mentor moral dos ataques ao Governo, na medida em que, tendo conhecido o problema, solicitou a prevalência da liberdade de expressão, ou seja, legitimou a publicação das escutas, sem sequer se garantir que aquelas escutas são as verdadeiras escutas porque «roubadas» à Justiça.
Com isto, a crise agravou-se. A Justiça ficou em cacos. O país entrou em colapso porque percebeu, mais uma vez, a dimensão da corrupção do Poder. Vitória de Pirro para o Presidente da República; provável oportunidade para o PSD; mas grande tragédia para o país, independentemente do Partido que venha a vencer as eleições.
Nestas circunstâncias, só podemos desconfiar do futuro. E, já agora, das nossas práticas de democracia, a promoverem a mediocridade. Fica claro, mais uma vez, que as elites portuguesas não só não merecem a democracia como são incapazes de a gerir. Basta ver que, ao longo dos últimos 25 anos, deixaram o país resvalar para 24,5% da sua autonomia económica média relativamente a 1970. Com que vamos pagar os 75,5% restantes? Que futuro teremos nós?

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