O PSD e o CDS quiseram impor uma austeridade que desse para aliviar ou nos últimos dois anos ou, pelo menos, no último ano do período eleitoral. Porém, as coisas correram mal e a coligação pode nem chegar ao fim, vítima de uma conceção populista e utilitarista da governação.
É óbvio que a coligação encontrou uma situação dificílima, no plano interno e no plano internacional, resultado de tremendas irresponsabilidades nos últimos 26 anos e, particularmente, desde 1998. Mas nada desculpa o desconhecimento da situação por parte desta coligação nem a inabilidade com que ela abordou os problemas do país.
Em vez de provocar a rutura necessária com o passado já que nunca nenhum governo tinha tido tanta legitimidade para o fazer, a coligação deixou-se enredar nos mesmos meandros de interesses e ambições económicaqs e jotistas.
Hoje, a situação do país está mais difícil e já só resta renegociar a dívida e os prazos para o seu pagamento. Além disso, acabará por ser inevitável sair do euro.
Protelar a situação é do agrado dos nossos credores e vampiros. São eles quem está a ganhar com o nosso prejuizo e desgraça. E, por outro lado, o FMI já fez connosco a experiência necessária para saber como lidar com situações como a nossa e com a derrocada próxima de toda a Europa porque o problema fundamental é o de sustentar um estado social cuja economia deixou de funcionar face à concorrência externa.
Temos de agir. Quanto mais tarde, pior.