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A liberdade entre condições

Retrato de Guerra
Luis Guerra

A liberdade entre condições

Nesta época, os transmontanos estão a celebrar as festividades pascais, com maior ou menor fervor religioso ou até de forma totalmente laica.

Com efeito, segundo o calendário cristão, este foi o dia em que Jesus Cristo morreu na cruz para ressuscitar ao terceiro dia posterior.

Para os crentes, a renovação desta celebração tem o sentido de se participar dessa história sagrada, mediante um processo mimético ou simbólico de morte e renascimento espiritual.

Curiosamente, essa intuição de que para se poder renascer purificado é necessário morrer primeiro, acompanha a humanidade desde há muito tempo.

Assim, por exemplo, entre os órficos, na Antiga Grécia, «a orgia dionisíaca consistia em 1) uma ascensão à montanha à luz dos archotes; 2) uma dança extasiante acompanhada por música e cantos que induziam à "mania"; 3) a narração ou representação de uma história sagrada na qual os bacantes evocavam a paixão de Dionísio, assassinado pelos Titãs e a sua ressurreição e 4) um banquete sagrado de carne crua» (cfr. Salvatore Puledda. Las Organizaciones Monásticas en la História).

Também a ideia da reencarnação, em certas correntes espirituais, hindus e budistas, tem subjacente um processo de morte/renascimento através do qual o ser humano se vai purificando e elevando.

E o próprio Dante, na sua Divina Comédia, faz passar o protagonista Virgílio pelo Inferno e o Purgatório antes de poder subir ao Paraíso, na sua demanda por Beatriz.

Independentemente do credo de cada um, a verdade é que todas essas conceções traduzem uma experiência vital que todos podemos intuir, atentando nos nossos estados internos.

Procurando descrever alegoricamente os caminhos e moradas internas por que se pode passar ao longo da vida, particularmente, ao longo do trabalho evolutivo, Silo escreve (in "Humanizar a Terra: O Olhar Interno, Cap. XIX): «(...) A via da morte põe-te em presença de uma paisagem caótica e escura. Os antigos conheceram esta passagem e quase sempre a situaram "abaixo da terra" ou nas profundezas abissais. Também alguns visitaram esse reino para depois "ressuscitar" em níveis luminosos. Capta bem isto de que "abaixo" da morte existe a vitalidade difusa. (...) Se a tua direção é de ascensão, a "morte" significa um rompimento com a tua etapa anterior. Pela via da morte ascende-se em direção a outro estado».

Obviamente, a "morte" tem aqui o significado de fracasso do próprio "eu", isto é, do conjunto de crenças e ilusões em que alicerçamos a nossa identidade pessoal e que orientam a nossa atividade.

Por coincidência, vivemos atualmente uma situação social que tem os elementos da "morte" de uma etapa histórica, dado o fracasso de todo o sistema mundial perante a pandemia. Por isso, muitos intuem nesta encruzilhada a abertura de uma passagem para outro estado, um caminho de ascensão no processo evolutivo da humanidade.

Contudo, esse não é um passo mecânico, mas sim intencional e exige pensar-se sobre as condições em que se quer viver no futuro e o que se está disposto a fazer para isso.

É esse o propósito do 8º Simpósio do Centro Mundial de Estudos Humanistas, a ter lugar, de forma virtual, nos próximos dias 16 a 18 de abril, sob o título “Um novo humanismo para um mundo novo – Intercâmbios plurais a partir de um mundo em crise”, em que estarei a participar ativamente e para o qual deixo aqui o convite aos leitores: http://2021.worldsymposium.org

 

Luís Filipe Guerra, juiz e membro do Centro Mundial de Estudos Humanistas

[email protected]

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