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  1. Início

Guerra jamais

Retrato de igreja
Manuel Igreja

Guerra jamais

De tanto se falar na guerra, palavra que não fazia intenção de escrever qualquer artigo acerca dela, ainda que essa coisa sempre horrível seja o assunto do dia, e nos traga a todos com muita preocupação.
No entanto, duas simples imagens fizeram-me mudar de ideia, e impeliram-me para a escrita que neste momento desfila perante os olhos do senhor leitor. Uma e outra imagem, a tal coisa que vale por mil palavras, dizem respeito a duas crianças, um de cada lado da barricada, e cada qual vitima desta guerra insana como todas as outras,
mas mais atroz porque está mesmo a acabar de acontecer.
A primeira, chegou-me aos olhos através da televisão numa destas noites, e mostrava um bebe nascido prematuramente em Bagdade. O nascimento antes do tempo devido, explicavam, sucedeu porque com os bombardeamentos a grávida mãe entrou num completo descontrole nervoso que provocou o parto antes que fosse disso hora.
Até aqui nada demais, pois nascidos antes dos nove meses, é coisa que não falta neste nosso mundo de Deus que às vezes mais parece do demo, e nem eu estaria para aqui agora a gastar tinta com semelhante assunto. Só que o aspecto absolutamente chocante da cena, surge quando deparamos com um recém nascido metido numa incubadora, ligado a uns fios, visivelmente com o ritmo respiratório e cardíaco alterados, e em pânico instintivo.
Aquela desinfeliz criança, ainda mal abriu os olhos, e já está a ser vitima da maldade dos homens que teimosamente se recusam a partilhar este planeta que não lhes pertence, e que com a maior das desinteligências continuam a estragar, não cumprindo a sua principal obrigação, que é cuidá-lo muito bem, para que seres como os acabados de nascer o possam receber como herança para por sua vez o cuidarem.
A segunda imagem, deparei com ela num jornal do passado fim-de-semana, e mostrava-me uma rapariguinha americana, aí dos seus seis ou sete anos, filha de um militar, agarrada ao pai a chorar, numa cena de despedida por este ir para a guerra lutar. De certeza que por melhor que se explicasse, jamais este pai conseguiria dizer à sua filha porque motivo a ia deixar por uns largos dias, que podem ser meses, se não virarem uma eternidade.
Nós, os adultos, temos a mania de que só nós compreendemos o mundo, e que as crianças, por o serem, não conseguem ainda perceber a complexidade das teias que tecemos ao longo da vida. Só que, estamos profundamente enganados, ao termos a vida como algo de complicado, como algo de profundamente complexo. A vida é muito simples, por isso as crianças a compreendem, e só se torna complicada, porque os ditos
crescidos a complicam.
Se tiver dúvidas disso, senhor ou senhora que sito lê, experimente deixar num mesmo compartimento uma mão cheia de petizes das mais diversas nacionalidades, e das mas variadas etnias, e repare se passado o primeiro impacto eles estão ou não na maior das harmonias, entendam-se ou não se entendam no que toca a linguagem, e repare já agora, se colocam ou não entre si barreiras de cor de pele, ou obstáculos de fé neste ou naquele
Deus.
Em relação à guerra, a esta ou a outra qualquer, a História parece mostrar-nos que tal monstro faz parte da condição humana, e que sem a fazer acontecer os humanos não podem passar. É algo que todos dizem não querer, algo que toda a gente afirma detestar, mas raro é o século em que não houve dezenas e dezenas delas, todas justificadas por ideias ou causas supostamente muito nobres e muito altruístas até.
Não houve guerra em que aquele ou aqueles que a provocaram, não jurassem defender a maior das justiças, e não proclamasse o maior dos desinteresses pessoais.
Ao longo das Eras, o Homem para fazer aquilo que mais animal nenhum faz, - - exceptuando a hiena, matar os da própria espécie, tem-se socorrido sempre dos mais elevados argumentos, e tem sabido acalmar a própria consciência com a proclamada bondade das suas intenções, como se reconhecesse o erro que é a guerra em si própria.
Residirá nisto a réstia de inteligência, que apesar de tudo não basta para impedir a repetição dos horrores, que são suficientemente reconhecidos, mas não são findados porque os interesses obscuros de uns poucos se sobrepõem aos sofrimentos e aos sentimentos de muitos e muitos.
É pelo menos em meu ver, o caso desta guerra que vai a meio se tudo correr bem, mas vai no princípio se tudo correr mal, e para a qual se mobilizaram tantas forças, quantas
as faltas de justificações válidas para a sua realização. Escroques ditadores há-os em muitos outros sítios, armas perigosas em mãos indevidas é o que mais se vê, e terroristas à espreita, se os havia antes, muito mais os vai haver infelizmente depois.
Somente interesses de outro teor movem pois os senhores desta guerra, terrível como todas, e por isso tão injustificável como qualquer outra em qualquer tempo, seja para as crianças de hoje, adultos de amanhã, seja para os homens e mulheres deste tempo, tão
inteligentemente evoluídos, mas não ao ponto de fazer da guerra algo de que se possa garantidamente dizer JAMAIS.

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