Efectivamente não ganhámos o Euro 2004, mas podemos ganhar o de 2006 ou até o Olímpico de 2005. O país, envolvido numa onda de perseverança em torno da selecção de todos nós, esperava que o final fosse de facto outro. Outro bem mais alegre e encorajador que fizesse com que o país seguisse em frente, na crista da onda que se vinha agigantando, promissora de outros finais. Infelizmente, a onda quebrou antes de chegar à praia!
Mas não desanimemos! E porque o haveríamos de fazer? Afinal somos vice-campeões da Europa! Nunca chegámos tão longe, apesar de há muito tempo perseguirmos o título. Podemos ficar contentes por chegarmos tão perto do título e ainda por tudo o que fizemos e por tudo o que mostrámos e também por tudo o que demonstrámos que sabemos fazer. Podemos estar orgulhosos por tudo isso. Portugal, um país tão pequeno, afinal foi capaz de organizar um evento tão grande! Esta é a imagem que transmitimos ao mundo inteiro. E a UEFA foi a primeira a dizer que este foi o melhor campeonato da Europa jamais realizado. Ainda bem. É bom ouvir isto numa altura em que todos precisávamos de um alento para dar o passo que falta e seguir em frente com confiança no futuro.
Na verdade, quando Portugal acaba de sair de um exame sobre a Europa, onde obteve nota negativa, pois não conseguiu mobilizar mais de 40 % dos eleitores, esta mostra de nacionalismo, de patriotismo e de unidade, vem efectivamente demonstrar que nós ainda nos encontramos demasiado arreigados ao torrão natal, ainda sentimos a chama pátria a brilhar e ainda choramos quando soa o Hino Nacional. A Europa não diz muito aos portugueses ou, se quisermos, não tem um significado tão importante como queríamos e não é inteligível para a totalidade dos que pertencem a esta sociedade conservadora por natureza. A demonstrar tudo isto podemos igualmente apontar os grupos de portugueses que se reuniram um pouco por todo o mundo, para assistir aos jogos da selecção, vibrando ao rubro e comemorando as vitórias nacionais. De França a Timor e de Angola à Austrália, todos vibraram e mesmo os que não eram portugueses mas cuja língua é a nossa, fizeram da nossa selecção a sua selecção e choraram de
alegria com as vitórias e entristeceram com a derrota final.
Isto é que mostra a importância de se pertencer a um povo, a uma nação, a uma pátria e não, de pertencer à Europa. Por mais que se queira fazer esta união, todos sabemos que ela só vingará por razões económicas e quiçá também por razões de paz. Escusamos de arranjar outras justificações para levar os portugueses, os espanhóis, os franceses, os gregos e a maioria dos vinte e cinco que fazem agora parte desta união, a votar, porque não se sentem motivados. A realidade de cada povo é muito diferente, como o é a sua cultura, a sua mentalidade e a sua filosofia de vida, barreiras quase intransponíveis num contexto de união multicultural.
No entanto a realidade que se tenta construir leva-nos cada vez mais a mergulhar nesta Europa multilingue e a desempenhar papéis de responsabilidade acrescida com consequências internas graves. É o caso da recente escolha do nosso Primeiro-ministro para o cargo de Presidente do Parlamento Europeu. Podemos sentir-nos orgulhosos por isso, mas temos que equacionar as consequências que daí advêm, pois é necessário nomear um novo Primeiro-ministro. Na actual situação, seria impensável optar por eleições antecipadas, já que o país regrediria imenso e entrava num colapso económico numa altura em que se está já a sentir alguma retoma da economia nacional. Mas o certo é que temos de esperar pela decisão do Presidente da República, já que é a ele que compete dar esse passo difícil. Se não houver eleições antecipadas, não haverá instabilidade e a nossa economia continuará no bom caminho. E também aqui não é necessário arranjar desculpas sobre o governo e sobre o possível primeiro-minis
tro, pois também será o Presidente da República a decidir quem aceita para o cargo e seja quem for, terá de fazer o melhor que puder e souber para bem de todos os portugueses.
Escusa a oposição de fazer tanto barulho, pois não adianta nada. Aliás, se houver eleições e ganhar o PS, o que acontece é eles servirem-se novamente do esforço que todos os portugueses fizeram para endireitar a economia que eles mesmo deitaram por terra e, enfiar novamente Portugal num poço sem fundo, acabando por abandonar o barco novamente, como fez Guterres, deixando um rasto deficitário enorme atrás de si.
Sampaio saberá certamente separar o trigo do joio e deixar Portugal seguir o seu caminho de sucesso e modernidade. Aguardemos serenamente. De frustrações, já temos dose suficiente.
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