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Economia de guerra

Retrato de igreja
Manuel Igreja

Economia de guerra

O mundo está em guerra. Pode não parecer, mas está. A ilusão que nos impede de a ver, resulta de esta ser uma guerra diferente. Não é uma guerra como aquelas de antigamente e de agora mas em outras bandas, onde se via e vê gente estropiada ou morta e ruas ou cidades destruídas. É uma guerra sem bombas e outras armas letais, mas tem os mesmos fundamentos, as mesmas motivações e os mesmos efeitos finais.

Se as outras surgiam e surgem com invasões territoriais e com carnificinas justificadas com motivações religiosas ou ideológicas, para esconder a finalidade principal, esta acontece agora sem que tenha sido declarada e, por conseguinte, sem necessidade de se justificar. Ninguém apregoou bonitas ideias e nem ninguém prometeu o paraíso aos mártires, mas ela faz-se já terrivelmente sentir.

Como a maioria delas, esta guerra acontece por razões económicas, por interesses materiais fortemente instalados que mais não procuram do que estender-se por aí por esse mundo cada vez mais sem um deus que o governe, entregue que está à insanidade dos homens e de mais as suas espantosas tecnologias, elas próprias colocadas ao serviço de uns pouco em desfavor da enorme maioria.

Habituamo-nos a ver os exércitos em marcha quando os poderosos de um determinado local decidiam ou decidem que lhes urgia ou urge partir à conquista de mais um pedaço de território. Mas nesta guerra a que aludo não é assim. Os territórios não são invadidos por máquinas destruidoras nem por homens sedentos de sangue inimigo. Não senhor. Desta vez, a invasão é feita sem deslocações físicas. Bastam ordens transmitidas por um punhado de mandantes a uma mão cheia de executantes, uns e outros comodamente instalados em luxuosos recantos, mesmo que distantes entre si em milhares de quilómetros, para que os fins desejados sejam atingidos.

A um sinal, transferem-se causais enormes de recursos financeiros. Com uma ordem, apertam-se garrotes que sufocam países inteiros que por inépcia e por culpas próprias se colocaram a jeito. As soberanias antes causadoras de tantos orgulhos e de tantas guerras, são agora letra morta. Quem manda, não é quem ocupa os cadeirões nas sedes dos poderes nacionais através das representatividades delegadas. Quem põe e dispõe, é quem alimenta os fluxos financeiros essenciais às necessidades nacionalmente quotidianas.

A nossa parte do mundo foi ocupada através desta guerra. A velha Europa deixou-se armadilhar. Deixou que o eixo da civilização mais influente mudasse. Cada vez menos a cultura ocidental influencia a ordem das coisas por falta de carisma e saber dos seus líderes. Debilitou a economia, privilegiou e fortaleceu o sector financeiro, encantou-se com a especulação, e por essa via permitiu a sua ocupação. Finos para o negócio das bolhas especulativas que nada deixam depois de se esfumarem, os orientais orientaram-se bem. São eles agora quem toca para que os outros dancem. E nós bailamos.

Em termos estruturais, a Europa está como se sofresse uma guerra física, com a feliz diferença que lhe não caíram bombas nos telhados. Não foram necessárias nem são de todos recomendáveis nos dias de hoje. Mas é quase como se tivessem caído. O mundo ocidental está roto e de cócoras. Produz muito menos do que o que consome. Entregou a produção aos outros para que estes com vergonhosa mão-de-obra a desenvolvam, mas agora não consegue criar empregos. Os seus cidadãos desesperam cada vez mais sem que o horizonte brilhe. Resta-lhe a sua secular capacidade de resistir e a sabedoria de quem construiu a mais pacífica e avançada civilização.

Isso não se perdeu. A ver vamos se ainda terá alguma serventia para que se ultrapassem as dificuldades. Tenho para mim que sim.

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