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A Democracia e a sua disfuncionalidade

Retrato de igreja
Manuel Igreja

A Democracia e a sua disfuncionalidade

A democracia aos olhos de quem a aprecia, surge hoje em dia como algo que vem de longe, como algo adquirido e como algo imutável. Mas não é de todo assim, mais não seja, porque ela não passa de uma palavra que se ouve, mas nem sempre se sente e se concretiza.

Acima e antes de tudo a democracia é uma prática individual que se espalha para assumir um contorno universal. Nunca foi, não é e jamais será cabal e global porque é em si mesma disfuncional. Aquilo que a torna a melhor forma de organização política, é ao mesmo tempo a sua única, mas mortal debilidade.

Tendemos a pensar que o voto é a sua essência, mas não o é. A base da democracia está no conhecimento que se nos vai colando no fio do tempo que individualmente percorremos. A cidadania é o que resulta dessa escultura e a democracia, é a consequência dessa moldura em movimento.
No mundo ocidental, muitos anos antes do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo em ano que se tornou baliza do nosso calendário, os gregos deram por si a dar-lhe conteúdo e forma ainda que à maneira daquele tempo e em circunstâncias que agora nos parecem muito incompletas. Era esplendorosamente imperfeita, pois eram todos iguais, mas alguns eram mais iguais que outros, mas foi um passo de gigante.

Mas aí é que está a beleza da coisa que não é bela só por si mesma. A democracia é uma construção possível, no contexto próprio de cada época, mas sem ser à medida de cada qual para poder ser à medida aconselhavelmente de todos. Por isso é que é bonita e sem par. Não tem outro regime com quem possa dançar o tango por falta de companhia adequada e à sua igualha.

Nem ainda há um século, não podiam votar todos as pessoas. O voto não era universal devido a razões de análise. Só votavam os mais ricos e por suposição os mais ilustrados, não votavam as mulheres porque por cegueira comum eram tidas como filhas de um deus menor. Depois, a sociedade evoluiu-se e surgiu a possibilidade de escolha enquanto direito universal.

Um homem, um voto. Rico, pobre, sabedor tipo mocho ou ignorante tipo burro, com a devida vénia, todos passamos a ser iguais em direitos e em deveres, apesar de haver quem ache que tem o rei na barriga e de haver quem julgue que sabe tudo, sinal inequívoco de que anda muito mal informado.

Resulta em boa parte disto a sublime disfuncionalidade da Democracia, pois permite que todos acertemos e que todos erremos. A minoria submete-se à vontade da maioria, tendo em vista o melhor para todos. Obviamente que por vezes na prática a teoria revela ser algo diferente, mas apesar de tudo, ainda se não inventou remédio melhor.

Parecia firme e erguida a flore da democracia. Dantes, até ao final do século passado, só a poder de golpes militares ela era cerceada. Podia não evoluir, mas resistia e mantinha-se. Tinha inimigos furiosos por doutrina ou por egoístas interesses, mas afirmava-se, era desejada e era cuidada.

No entanto e infelizmente, nesta nossa modernidade, sofre de moléstia ao ponto se poder virar uma miragem. Por causa dos medos que semeiam, das mentiras que espalham, sinistras organizações e doidos personagens, fazem da universalidade do voto uma disfuncionalidade.

Os idiotas arrogantemente surdos, os iluminados que sabem o que mais ninguém sabe, os egoístas impantes, os surdos às vozes do bom senso, os maldosos e outros mais, porque são cada vez mais numerosos, condicionam e escolhem o caminho.

O mundo vai louco ou está tudo grosso. Por isso a nau vai alegremente aos zig zags sem saber do porto seguro pois nenhum vento lhe é favorável. A erosão do processo democrático está a destruir-nos a bússola e o magnetismo que nos cola o saber e o bem-quer à democracia.

Mas vai passar. A inteligência nunca será vencida.

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