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Chics e Dondocas

Retrato de igreja
Manuel Igreja

Chics e Dondocas

Já dizia o meu avô que Deus tenha, que a vida de cada qual, é com cada um, e que ninguém tem nada a ver com o cada um faz com a sua, desde que não interfira ou prejudique com a de qualquer outro.
Nada mais certo que isto pelo menos quanto a mim, mas seja lá como for, por vezes há coisas que nos deixam assim meios a cismar, e meios estupefactos com o que certas pessoas fazem com os dias que lhes couberam em sorte para andarem neste mundo, que por vezes até devem pensar ser delas e só delas.
É o caso por exemplo daquelas aves assim não tão raras que enxameiam as páginas da dita imprensa cor-de-rosa e que reduzem o significado da sua existência a factos tão banais e tão ocos, como a festas onde aparecem e as roupas com que cobrem os seus tão supostamente lindos corpos.
São os «chics» e as «dondocas», que se julgam superiores a tudo e a todos, e que se julgam com direitos que nem eles mesmos sabem dizer de onde lhes advêm, a não ser das circunstâncias mais ou menos aleatórias dos seus casamentos ou do seus nascimentos.
Quer dizer, ninguém tem nada com isso, e eles que façam o que lhes der na gana, que não é real, ainda que o afirmem, e que desperdicem como quiserem o ar que respiram. Que se fiquem pelos seus desertos mentais, e pela vacuidade dos seus pensares, que pouco lhes podemos permitir que nos incomodem.
No entanto, há situações em que um cristão não é de ferro, e mesmo que não queira, é obrigado a pensar neles, e a reparar naquilo que dizem e que fazem, e nas posturas que assumem, perante nós, a maioria, tidos por eles como filhos de um deus menor, em face deles, filhos de um deus maior, na sua pequenina forma de pensar o viver e mais as razões da existência humana.
Por falar em deus, palavra de honra que nem sei como é que semelhante gente se afirma veemente crente, senhores de muita fé, e passa a vida a bater no peito e comungar. Se parassem para pensar um pouco, o que se calhar será pedir muito, chegariam à conclusão que a natureza das coisas que chamam para si, contrariaria se fosse verdadeira, a essência da religião que seguem, mais por vaidade e jeito de afirmação do que por profunda convicção.
Ainda não vai há muitos dias, uma estação de televisão encheu-se de passar uma reportagem acerca do quotidiano bacoco dessa gente, aparentemente muito colorido e por isso muito apetecido por quem dele não faz parte.
Vem daqui este meu meter na vida alheia de alguém que me é estranho, e que tem pelo menos quanto a mim, uma estranha forma de vida. Mesmo com o que aprendi com o meu saudoso avô, no sentido de não ligar à vida dos outros, tenho de reparar e tenho de me indignar com algumas cenas mostradas na dita peça televisiva, como por exemplo aquela em que a «dondoca - mor», vai a um bairro degradado toda contente da vida, oferecer um camisola de alta costura a uma adolescente de ar desconsolado e esfomeado.
Depois, entra na barraca que faz as vezes de casa de uma outra família, e com todo o desplante diz a casa não ser assim tão má, mostrando depois o maior dos espantos por ver alguns electrodomésticos na cozinha. Não bastasse de insanidade, para não dizer outra coisa, fica «encantada» ao ver um grupo de residentes a cozinhar numa fogueira ao ar livre.
Para a «dondoca – mor», semelhante coisa não passava de um agradável acontecimento ao modo daqueles que encontra nos eventos sociais onde se calhar enche a barriga à custa de uns e de outros.
Entre outras coisas repletas de nada da vida destes seres que se julgam com direito a quase tudo, mexeu sobremaneira comigo ouvir um «chic» de quarenta e cinco anos, casado com uma senhora de setenta, dizer que o ser-se assim era nada mais nada menos do que uma questão de genética. A este, só não lhe escrevo a dizer que o próprio é o exemplo cabal do contrário, porque tenho para mim, que o fulano não consegue ler, ou se o faz é a muito custo, por causa das teias de aranha que se lhe entrelaçaram no cérebro.
Bem, mas como estou a ficar muito cáustico e o artigo já tomou forma que baste, vou pôr-lhe ponto final, até porque como também dizia o meu outro avô, não vale a pena gastar muita cera com ruim defunto, que é o caso destes «cichs e dondocas», para quem estar vivo não passa do contrário de estar morto, tão grande é a sua inutilidade neste mundo que é de todos.

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