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A César o que é de César

Retrato de luis
Luis Ferreira

A César o que é de César

Não estamos no tempo dos imperadores romanos, nem praticamos os mesmos princípios políticos, como todos entenderão, mas deles ficaram algumas máximas que nós nos habituámos a usar e que fazem jus a determinadas situações. E se César era tido como um deus a quem tudo se devia, hoje não há lugar a essas megalomanias transcendentais e podemos substituir aquela máxima por outra tão verdadeira e tão profunda como ela, dizendo simplesmente " o seu a seu dono."
De uma forma ou de outra, o que se pretende dizer é que ninguém queira o que não lhe pertence por direito próprio ou não aspire a tê-lo indevidamente.
Dependendo das conjunturas políticas pontuais, todos se vêem envolvidos em vertentes partidárias e todos expressam livremente os seus pensamentos a esse respeito, sempre que é oportuno fazê-lo. Não quer isto dizer que quem o faz, seja ao mesmo tempo a máquina e as engrenagens, que fazem movimentar este ou aquele partido. Por vezes, é simplesmente uma pequena peça! Mas também é certo que, é o conjunto de todas as peças que constitui as várias engrenagens e que faz movimentar a máquina. Mas cada peça só pode reclamar a sua própria função: contribuir para um trabalho comum. A máquina, fará o trabalho final e será o cérebro de toda a operação. Podemos então dizer que todas as peças são importantes, no seu lugar, mas será a máquina, o motor de toda a movimentação, cabendo às peças uma laboração contínua e uníssona.
Assim sendo, e perante a actual conjuntura política, é frequente ver algumas peças reclamarem para si louros demasiado grandiosos e por isso mesmo indevidos. Não quero com isto dizer que não tenham direito a reclamar alguns louros, mas que sejam só os que lhes pertencem, já que a essas peças é somente cometida, quiçá, a tarefa de produzir e não de orientar. Elas são, assim, só parte de toda a engrenagem e dificilmente poderão fazer parte integrante do motor que comanda, que orienta, que governa. Elas têm o mérito enorme de poder fazer livremente o seu trabalho e serão tanto mais apreciadas e louvadas, quanto mais trabalho apresentarem. Sem dúvida alguma. Mas não fazem mais do que a sua própria tarefa!
E a máquina, o motor, o cérebro? Não é ele constituído pelo conjunto das engrenagens? Certamente que sim. Mas não podemos esquecer que há um conjunto de peças que trabalha para um outro conjunto cujo papel é movimentar o todo, orientar a movimentação. Este conjunto conta sempre com o trabalho exercido pelo outro. Como em tudo na vida, uns trabalham e outros orientam. Talvez aparentemente isto pareça pouco democrático, mas o orientar, o governar, também é trabalho. Se cada um tem o seu trabalho, cada um terá os seus louros, respectivamente, claro! O seu a seu dono! Sem usurpações.
Face à actual dificuldade da distribuição de cargos políticos entre os dois partidos do governo ou, se calhar, a falta de consenso perante determinados elementos escolhidos, à mistura com escontentamentos sui generis, leva-me a equacionar a hipótese de determinadas peças se quererem arrogar a funções de outras engrenagens que não lhes pertencem por direito próprio ou directamente. Os lugares políticos deverão estar na relação directa dos elementos que os devem ocupar e nunca numa proporção inversa a essa mesma relação. Dêem-se os louros a quem os merece, obviamente, mas os lugares a quem tem direito, já que todos fazem parte integrante da máquina global.
Perante isto, às vezes não se percebe muito bem, a razão ou razões pelas quais certos elementos se melindram pelo facto de se atribuírem cargos ou funções mais importantes a outros elementos que estão na razão directa do merecimento dessas atribuições?! De facto parece-me haver aqui alguma presunção que, diga-se de passagem, fica muito mal a quem porventura até pode merecer alguns louros! Só que a análise subsequente leva a que perca esses mesmos louros, pela reacção demonstrada ou pela arrogância de determinadas asserções.
Deste modo, nada mais natural do que dar o seu a seu dono, para que ninguém possa ter a veleidade de querer o que não lhe pertence. César tinha razão, apesar de querer tudo e todos. Mas se queremos que as coisas funcionem de facto, temos de nos conter um pouco na nossa própria humildade e fazermos juízos de valor sobre nós próprios, para poder ver até onde poderemos chegar. Uma coisa é julgarmos que temos direito a algum pedaço, outra é ter direito a ele, por estar na razão directa desse merecimento. Em política ninguém se pode arrogar o direito de ser dono seja do que for e se o poder é efémero, não vale a pena correr atrás de uma coisa que desaparece ao virar da esquina!!! Seria de facto assim, se o homem não fosse ganancioso e vaidoso em termos de poder. Já Luísa de Gusmão dizia que valia mais ser rainha uma hora, que duquesa toda a vida! Hoje há muitos duques e duquesas a quererem ser reis e rainhas, mas não há lugares para todos. Só um pode ser rei! Ou rainha! Os súbditos terão de continuar a ser súbditos e a trabalharem para o bem comum. A César o que é de César!

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