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Alheamento

Retrato de igreja
Manuel Igreja

Alheamento

ALHEAMENTO. Mais coisa menos coisa, todo o sabemos, é a palavra que muito bem pode traduzir a postura do Duriense ligado à lavoura, face aos problemas que ao longo dos séculos vêm afligindo a classe.
Os problemas a modos de dizer ainda que sejam sempre os mesmos, mais não merecem regra geral quando muito, uma troca de palavras sobre o assunto, embrulhadas num muro de lamentações, sobre a ausência de soluções que os outros, sempre os outro, teimam em não apresentar.
Enquanto isso, o tempo vai decorrendo, as vindimas vão-se sucedendo, e o vinho no armazém de cada um é sempre melhor que o do vizinho, ainda que muitas vezes ele se assemelhe a vinagre em arroz de cabidela.
A preocupação primeira é sempre fazer crer a todos que a vida corre a contento, e que graças a algum esforço e muita sabedoria, as dificuldades são para os outros que não são tão finos, tanto de esperteza como de nascimento, que isso de se ter bens ao luar não é para quem quer, e ser mais fino que o Alho é só para quem pode.
Basta uma pessoa parar e pouco e olhar para trás no tempo, só até para os últimos meses, uns do mais conturbados e importantes de sempre para a Região, por causa dos problemas da Casa do Douro, e por causa das alterações institucionais que se desenharam, basta, dizia eu, repararmos na nossa postura geral, para aquilatarmos a fidelidade deste retrato que acabei de traçar.
Neste mar de indiferença, existem no entanto momentos, dias, aí duas semanas, em que os que têm videiras, muitas ou poucos, se lembram por exemplo que existe a Casa do Douro, e sentem necessidade de vir até ela. É o tempo em que o carteiro bate à porta com a carta do “ benefício”, regra tida como direito, e passaporte de entrada de mais umas notas na algibeira.
Em décadas as coisas correram placidamente e a contento, ninguém se lembrou jamais que existia outro mundo e outras problemas para além do vender ou não vender a autorização, de a fazer acompanhar ou não das respectivas uvas. Tudo estava bem, porque acabava bem, até porque no mais importante, na quantidade de pipas “ beneficiadas”, pouco ou nada se mexia, ou se mexia era para a aumentar. Não importava tudo o resto, desde que em Setembro o sol raiasse na forma de um papel com uns dizeres a que correspondia uma certa quantia, sempre tida como uma quantia mais que certa.
Mas este ano, por razões de circunstância que poucos se deram ao trabalho de analisar, as importantes quantias foram reduzidas, e logo caiu o Carmo e a Trindade. Quem antes não ligou a ponta de um chavo, para não dizer outra coisa, aos assuntos do sector, manifesta agora um profundo descontentamento, já por diversas vezes o caldo se ia entornando, e pode mesmo vir a entornar-se a todo o momento.
Claro que manifestações de descontentamento como as que temos vindo a verificar, por exemplo há dias em Ervedosa, são por demais legitimas, e por demais compreensíveis, mais não seja porque como diziam os antigos, cada um sabe onde mais lhe dói, e mais a mais até vivemos em democracia, pelo menos no que se supõe.
Se para aqui as trago, é somente porque me não parece que antes tenha havido os esclarecimentos necessários, tanto por parte de quem os deve dar, como por parte de quem os deve receber, se calhar por uns não os souberam transmitir, e outros porque os não souberam ou quiseram receber.

Por mim, que sou duriense de sentir e de nascer, mas sem interesses directos ou imediatos na coisa, só tenho a lamentar que por aí, por esses montes e vales agora tão celebrados, medre a mais pura indiferença, e que o alheamento campeie entre o tempo que demora entre o toque do carteiro, que nem sempre toca três vezes, como no filme, que ao contrário deste nosso, não é nada trágico.

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