Passar para o conteúdo principal
Diário de Trás-os-Montes
Montes de Notícias
  • Início
  • Bragança
    • Alfândega da Fé
    • Bragança
    • Carrazeda de Ansiães
    • Freixo de Espada à Cinta
    • Macedo de Cavaleiros
    • Miranda do Douro
    • Mirandela
    • Mogadouro
    • Torre de Moncorvo
    • Vila Flor
    • Vimioso
    • Vinhais
  • Vila Real
    • Alijó
    • Boticas
    • Chaves
    • Mesão Frio
    • Mondim de Basto
    • Montalegre
    • Murça
    • Ribeira de Pena
    • Sabrosa
    • St.ª Marta Penaguião
    • Peso da Régua
    • Valpaços
    • Vila Pouca de Aguiar
    • Vila Real
  • Reportagens
  • Entrevistas
  • Fotogalerias
  • Vídeos
  • Opinião
  1. Início

Aborto, sem sacudir àgua do capote!

Retrato de ana
Ana Soares

Aborto, sem sacudir àgua do capote!

A questão do Aborto deve ser tratada como aquilo que é: uma questão séria, que merece e exige um tratamento sereno e prudente, onde se analisem os valores que realmente estão em jogo, e não ser mais um caso polémico na guerra das audiências ou uma mera bandeira partidária! Esta temática é demasiado importante para ser banal e consecutivamente atirada para a praça pública, consoante os interesses de alguns!

Antes de mais, e porque se trata de alargar o âmbito da actual lei, importa relembrar em que casos é já legalmente permitida a interrupção voluntária da gravidez, em estabelecimento de saúde oficial ou oficialmente reconhecido e com o consentimento da grávida. São eles (artigo 142º Código Penal):
• Em caso de perigo de morte, de grave ou duradoura lesão para o corpo ou para a saúde física da mãe;
• Se se provar que o bebé sofrerá, de forma incurável, de doença grave ou malformação congénita (durante as primeiras 24 semanas de gravidez – 6 meses) ou se se tratar de fetos inviável (durante toda a gravidez);
• Se a mulher for violada (durante as primeiras 16 semanas – 4 meses).

Debatamos então o que de facto se encontra sobre a mesa. Aponta-se a questão da pobreza como argumento pró-aborto. Eu pergunto: Será o problema da pobreza dos pais resolvido com o aborto? Não, de modo algum. O problema é a pobreza, não a gravidez! Apostemos então no aparecimento de novos meios de ajuda e no desenvolvimento dos já existentes. É aí que devemos concentrar os nossos esforços, tal como não entendo como se justifica que encerrem maternidades e salas de parto e se dê prioridades à constituição de salas de aborto; se pretira a cultura da vida pela da morte.

Não discutamos filosofias mas os factos que nos rodeiam. Quando dois pais vêem numa ecografia o seu filho (vêem, não o imaginam) não é já um ser humano que está em sua presença? Quando os maços de cigarros dizem “se está grávida, fumar prejudica a saúde do seu filho”, não estamos já a zelar pela saúde de um ser humano, de uma criança? E o que dizer da crescente aptidão científica para a realização de intervenções cirúrgicas intra-fetais? Quando é possível determinar o sexo dos bebés ás 8 semanas, não será com base num ser humano que é feita a análise?

O embrião humano é um indivíduo determinado com definição genética própria, apenas divergindo nas diferentes fases de desenvolvimento humano. O projecto do Partido Socialista prevê que o aborto seja livre até ás 10 semanas. O que distingue um embrião de 10 semanas de um de 11 semanas? Relembro que em alguns estados dos EUA é permitido certas formas de infanticídio, sendo que à criança com má-formação grave pode ser negada a alimentação. Será que o “aborto a pedido” até ás dez semanas não corre o risco de ver o prazo consecutivamente alargado?

Falemos de modo claro: em pleno século XXI as soluções contraceptivas são conhecidas. O que é de difícil explicação é porque, num estado que supostamente promove a natalidade, a pílula normal não seja vendida fora das farmácias, mas a pílula do dia-seguinte o seja, bem como o preço das primeiras ser quatro vezes superior que o das segundas. Mais, como é que o Estado diminuiu recentemente a oferta das pílulas mensais nos centros de saúde, com impacto visível e indiscutível no planeamento familiar de inúmeras jovens e mulheres portuguesas, e ao mesmo tempo vem propor a liberalização do aborto? Será que encara o aborto como um método de contracepção? É grave quando o estado se demite das suas obrigações de financiar o planeamento familiar e a saúde, aí sim, sexual das mulheres. O aborto não pode ser previsto como um método contraceptivo, até porque se relembre as consequências que, mesmo sendo feito com todas as condições médico-científicas, acarreta para a mulher.

Argumenta-se que a actual lei vexa e pretende dotar a mulher para a prisão. Nada mais errado. O facto de existir a previsão do crime, não quer dizer que a ré venha a ser necessariamente condenada. Mais. Mesmo que a mulher o seja, nada indica a necessária pena de prisão, uma vez que cabe ao juiz avaliar a situação concreta e poder optar por uma pena não privativa da liberdade. Esclareça-se, no entanto, que a proposta que baseia o actual referendo continua a prever a prisão para o aborto feito para além das 10 semanas.

À parte do debate têm sido colocadas duas figuras primordiais nesta questão. O Pai, que todos sabemos necessário para a existência de uma gravidez, é muitas vezes colocado numa situação acessória. Será que se coloca em questão o papel do Pai na sociedade e na família? E sobretudo, relembremos quem (e não o quê) é a base da questão. Um embrião, que se deixarmos continuar o seu natural desenvolvimento, culminará no nascimento de uma criança. Para qualquer pessoa poder exigir o direito à educação, à saúde, à liberdade de expressão, à liberdade religiosa ou partidária ou qualquer outro, é necessário darmos primazia ao mais fundamental dos Direitos Fundamentais, o Direito à própria vida, pelo que o Estado deve dar um sinal claro de defesa da parte mais vulnerável: a criança.

Não considero que no actual estado de Portugal, a questão do aborto seja primordial para a população, como parece ser para parte da classe política. Acredito que o não vencerá, e para tal contribuirei com o meu voto. Ainda assim tenho duas questões que gostaria de ver respondidas: se o sim tivesse ganho num referendo não vinculativo como o não ganhou, de que seriam apelidados os partidos de direita que pedissem novo referendo? Se o não vencer novamente, será que certos sectores políticos continuarão a exigir novos referendos consecutivos até que o resultado seja o que anseiam? Espero sinceramente que não, não só pela necessária credibilidade das instâncias e estruturas políticas, mas sobretudo porque o valor da Vida Humana merece ser tratado com maior seriedade e consciência.

Desmistifiquemos: a questão colocada no referendo é a mulher poder abortar até ás dez semanas, sem necessidade de qualquer justificação. Ninguém pretende diminuir o papel da mulher na sociedade, pelo contrário. Proteger a vida, dignificar a mulher e respeitá-la e ao bebé como ser humano é uma questão civilizacional. Pela vida, pela sua dignidade e pelo seu carácter primordial, porque não quero sacudir água do meu capote, voto não à liberalização do aborto.

Partilhar
Facebook Twitter

+ Crónicas


Autárquicas (como não poderia deixar de ser)
Publicada em: 22/08/2017 - 23:33
A ti, neste dia dos Irmãos
Publicada em: 31/05/2017 - 10:17
Os Filhos não nos pertencem...
Publicada em: 20/04/2017 - 14:19
Com as autárquicas à porta…
Publicada em: 28/03/2017 - 08:48
Butelo e Casulas, o antes e o depois
Publicada em: 23/02/2017 - 23:57
A Democracia é bela! Só os que não pensam como eu dão cabo dela…
Publicada em: 09/11/2016 - 23:33
Honestidade por um canudo
Publicada em: 06/11/2016 - 23:27
Ser Mortágua não é crime, já mentir quanto ao imposto…
Publicada em: 28/09/2016 - 23:05
O espelho da mudança
Publicada em: 01/08/2016 - 00:45
Democracia com botão ligar e desligar?
Publicada em: 25/06/2016 - 07:36
  • « primeira
  • ‹ anterior
  • 1
  • 2
  • 3
  • 4
  • 5
  • 6
  • 7
  • 8
  • 9
  • seguinte ›
  • última »

Opinião

Retrato de luis
Luis Ferreira
É difícil viver em liberdade
13/04/2021
Retrato de igreja
Manuel Igreja
O Bolo Podre
03/04/2021
Retrato de Guerra
Luis Guerra
A liberdade entre condições
02/04/2021
Retrato de chrys
Chrys Chrystello
A Páscoa já não é o que era
02/04/2021

+ Vistas (últimos 15 dias)

Jovem desaparecido em Valpaços
// Valpaços
Um homem de 19 anos detido por agredir dois polícias em Bragança
// Bragança
Detidas nove pessoas na fronteira de Vila Verde da Raia
// Chaves
Ferido grave após queda de parede numa casa em Mesão Frio
// Mesão Frio
Autarca de Freixo de Espada à Cinta acusa oposição de obstaculizar executivo
// Freixo de Espada à Cinta

Publicidade Google

CRONISTAS

Retrato de Angela
Ângela Bruce
Retrato de igreja
Manuel Igreja
Retrato de bob
António Bob Santos
Retrato de Bandarra
Carlos Ferreira
Retrato de Jorge Nunes
Jorge Nunes
Retrato de Nuno
Nuno Magalhães
Retrato de marta
Marta Liliana
Retrato de Joao
João Pedro Baptista
Retrato de bj
Batista Jerónimo
Retrato de brito
João Carlos Brito
Retrato de Carmo
Ana Carmo
Retrato de henrique
Henrique Ferreira
Para sugestões, informações ou recomendações: [email protected]

Formulário de pesquisa

Diário de Trás-os-Montes

© Diario de Trás-os-Montes (Desde 1999)

Proibida qualquer cópia não previamente autorizada.



  • Ficha Técnica
  • Estatuto Editorial
  • Contactos
  • Login


Bragança

  • Alfândega da Fé
  • Bragança
  • Carrazeda de Ansiães
  • Freixo de Espada à Cinta
  • Macedo de Cavaleiros
  • Miranda do Douro
  • Mirandela
  • Mogadouro
  • Torre de Moncorvo
  • Vila Flor
  • Vimioso
  • Vinhais

Vila Real

  • Alijó
  • Boticas
  • Chaves
  • Mesão Frio
  • Mondim de Basto
  • Montalegre
  • Murça
  • Peso da Régua
  • Ribeira de Pena
  • Sabrosa
  • St.ª Marta Penaguião
  • Valpaços
  • Vila Pouca de Aguiar
  • Vila Real

Secções

  • Douro
  • Trás-os-Montes
  • Livros
  • Mirandês
  • Emigração
  • Diversos
© Diário de Trás-os-Montes