A linha aérea que liga Lisboa e Bragança, com escala em Vila Real, registou uma taxa de ocupação de 46 por cento entre 28 de Agosto e 31 de Dezembro do ano passado.
A OMNI-Aviação e Tecnologia, Lda sucedeu à Aerocondor na concessão desta linha, mas a mudança de operador revelou-se insuficiente para inverter o alheamento em relação a este meio de transporte.
Aquela taxa fica, segundo o responsável da emprese Jorge Lucas, muito aquém da aposta da empresa que se propõe chegar a valores entre os 60 e os 80 por cento.
O prejuízo mensal ultrapassa os dois mil contos, tendo em conta que as receitas médias rondam os três mil contos e que a receita mensal mínima devia ultrapassar os cinco mil contos.
A diferença entre os custos da operação, que rondarão os 290 mil contos/ano, e as receitas será coberta por uma compensação do Estado, de acordo com o contrato de concessão, com um subsídio cujo limite é de 230 mil contos ano.
Nos primeiros quatro meses de voos, a OMNI contou com 1.287 passageiros para uma capacidade de oferta de 2794.
Jorge Lucas afirma que a empresa se propõe alcançar os seus objectivos com campanhas como a do "passageiro frequente" que ganhará pontos para trocar por bilhetes para familiares e amigos.
A companhia conseguiu encurtar a distância entre Bragança e Lisboa, que passou de cerca de nove horas para apenas uma, e disponibilizou um avião pressurizado, um King Air B200. "Para lá ir mais amiúde, com maior conforto e rapidez que os aparelhos que operavam anteriormente", divulgou o director de marketing da OMNI.
Na opinião do vice-presidente da associação empresarial da região de Bragança (NERBA), José Barreira, a baixa taxa de ocupação continua a dever-se à incerteza dos voos.
"Isso poderia ser ultrapassado se o avião pernoitasse em Bragança", disse.
Actualmente, e durante o chamado horário de Inverno, o avião parte de manhã de Lisboa e só aterra em Bragança se as condições climatéricas o permitirem.
As condições atmosféricas adversas já levaram a OMNI a cancelar 11 voos, dos quais nove, em Vila Real, e dois, em Bragança.
"Se o avião ficasse em Bragança não haveria esse problema, porque consegue levantar sempre, independentemente das condições de visibilidade, o que já não acontece na aterragem", sustentou o representante dos empresários, que criticou ainda o facto de não haver voos ao fim-de-semana, quando, em sua opinião, se justificaria um no sábado de manhã e outro no domingo à tarde.
De acordo com o director de marketing, há realmente bastante gente a viajar ao fim de semana, tendo em conta que é sexta-feira à tarde e segunda-feira de manhã que se verifica maior afluência de passageiros. O óbice - considerou - é que o contrato de concessão não subsidia voos ao fim-de-semana.
Sustentou ainda que o avião não pode pernoitar em Bragança, no horário de Inverno, porque não seria possível cumprir o período de permanência do aparelho no destino - cinco horas - devido ao condicionalismo do nascer e do pÎr do sol.
Segundo referiu, o Aeródromo de Bragança ainda não está autorizado para operar durante a noite e até o Instituto Nacional de Aviação Civil tomar essa decisão, os voos terão que se feitos com estes condicionalismos.
A falta de pessoal especializado, nomeadamente controladores aéreos, está também a entravar este processo.
De acordo com fonte da Câmara Municipal este é um dos principais obstáculos, dado que a autarquia já assegurou que, em termos de equipamento, nomeadamente GPS (ajudas rádios) para as aterragens, o aeródromo de Bragança terá resposta.
De acordo com a OMNI, as condições do Aeródromo de Vila Real são mais adversas, nomeadamente ao nível da pista que apresenta fendas, e do nevoeiro intenso, que dificultam a operação.
Dados da operadora referem que a proximidade de Vila Real ao Porto é a razão apontada para um menor número de passageiros nesta localidade em relação a Bragança.
A esmagadora maioria dos que optam pelo avião para as deslocações a Lisboa são, segundo a fonte, funcionários do Estado.



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