Presidente da Câmara Municipal de Vinhais diz que a “Situação é vergonhosa” e que o Centro de Saúde esteve “praticamente toda a semana sem médico”.

 

Em carta aberta enviada para as redações de vários órgãos de comunicação social, o presidente da Câmara Municipal de Vinhais denuncia que aquilo que se tem passado no Centro de Saúde local é uma “situação vergonhosa”.

“Chegou ao nosso conhecimento que nos últimos tempos é frequente o centro de saúde de vinhais estar alguns períodos curtos de tempo sem consulta médica. Esta semana a questão piorou e a situação é vergonhosa: praticamente toda a semana sem médico”, avisou Américo Pereira, acrescentando que “os cidadãos pagam os seus impostos, cumprem as suas obrigações e o estado não lhes pode negar o direito à saúde”.

Se é sabido que no interior norte do país a falta de médicos é uma realidade, não haver nenhum, sobretudo, nesta época em que muitos emigrantes regressam à sua terra, é um facto para o qual o autarca vinhaense tem vindo a alertar. “Numa altura em que a população aumenta consideravelmente não aceitamos que não existam médicos no centro de saúde para atender às populações. No séc. XXI e num país da Europa isto não pode acontecer”, defende o edil, indignado com a atual situação que se vive no seu concelho. 

“Embora a câmara municipal não tenha nada a ver com o funcionamento do centro de saúde, enquanto presidente da câmara não posso ficar calado e por isso tenho vindo a denunciar esta situação”, manifesta Américo Pereira, que promete “caso o assunto não se resolva nos próximos dias, a bem das populações e em nome delas”, partir para outro tipo de tomada de posição.

“A saúde das pessoas não pode estar sujeita a critérios economicistas, de partidos ou de políticas. Não concordamos, não aceitamos e levantaremos bem alto a nossa voz contra esta vergonha, tal como sempre fiz quando os direitos e o bem estar das pessoas não é respeitado”, conclui o presidente da câmara municipal.
 

 

Depois de publicada esta notícia, recebemos do ULS do Nordeste, através da sua diretora do Gabinete de Comunicação e Imagem, Rita Paulino, a seguinte missiva:

 

"Relativamente à alegada falta de médicos no Centro de Saúde de Vinhais, noticiada no Diário de Trás-os-Montes, a Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste informa que:

·         É garantida pela ULS do Nordeste toda a assistência clínica devida aos seus utentes, através dos 3 Hospitais e dos 14 Centros de Saúde que a integram;

·         Na defesa dos seus utentes e da garantia da assistência clínica dos mesmos, a Unidade Local de Saúde do Nordeste desenvolve uma estratégia de partilha de recursos humanos, nomeadamente médicos, com vista a minimizar imprevistos dessa ordem e eventuais constrangimentos daí decorrentes, o que se verifica de igual modo, sempre que necessário, no Centro de Saúde de Vinhais, assegurando-se assim a prestação de cuidados aos utentes;

·         O mês de agosto, por ser um período em que se regista um maior número de profissionais de saúde em gozo de férias, é também, por isso, um daqueles que, a par de outras épocas festivas como o Natal ou a Páscoa, exige um maior esforço na organização de escalas de trabalho – neste caso dos 5 médicos em funções no Centro de Saúde de Vinhais - o que é tido em conta por esta ULS, de modo a garantir a necessária e adequada assistência;

·         Verificaram-se, de facto, algumas dificuldades na operacionalização dessas escalas, no entanto, tratou-se de situações pontuais, e não “toda a semana sem médico”, como foi declarado pela Câmara Municipal de Vinhais. Aliás, na semana de 01 a 05 de agosto, dos 5 médicos do quadro daquele Centro de Saúde, 4 estiveram ao serviço, com exceção de um, por motivo de doença, comprovada através de atestado.

·         A Unidade Local de Saúde do Nordeste refuta, deste modo, qualquer acusação no sentido de obedecer a “critérios economicistas, de partidos ou de políticas”, reforçando que a sua missão se pauta pela primazia da salvaguarda dos superiores interesses dos seus utentes." 

 



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