O município de Mogadouro está a levar o teatro às aldeias através do projeto«Teatro em Espaço Rural, Teatro para Todos», que contempla nesta primeira fase 28 localidades, disse hoje à agência Lusa o presidente da câmara, Francisco Guimarães.

"Queremos levar as artes cénicas ao encontro dos munícipes que residem nas aldeias e pretendemos promover o gosto pelas artes cénicas na comunidade. É a primeira vez que tal iniciativa acontece no concelho", explicou.

Segundo o autarca, neste projeto está ainda incluída a criação de uma escola de teatro, que permitirá a formação de jovens atores amadores, incutindo-lhes o gosto pela representação.

"É a primeira vez que um projeto desta natureza acontece em Mogadouro e vamos dar-lhe continuidade. Esta é uma das formas de democratizar a cultura", frisou.

A população das aldeias do concelho tem acarinhado a iniciativa. A presença média de 30 pessoas por espetáculo é um número "simpático", dado o despovoamento do território.

"É um bom projeto. Trazer o teatro às aldeias ajuda as pessoas a passar o tempo e torna a cultura mais acessível às populações. São momentos bem passados", sintetizou Dulce Gomes, uma habitante da aldeia do Variz, onde a Lusa encontrou comitiva da companhia de teatro de Mogadouro.

Piolhos e Atores é o nome da peça teatral de estreia, cujo texto é uma adaptação do original do dramaturgo espanhol José Sanchis Sinisterra, numa versão em português com tradução de António Capelo.

Segundo Rui Branco Silva, o responsável peça encenação do espetáculo, as personagens Rios (Blandino Soares) e Solano (Mané Carvalho) aparecem no espetáculo como um casal de saltimbancos que deambula de aldeia em aldeia no território do Nordeste Transmontano.

"Este espetáculo remonta-nos para as décadas de 50 e 60 do século passado, onde era comum ver pequenas companhias de teatro assentarem nas aldeias mais isoladas no Nordeste Transmontano", indicou o encenador

Mané Carvalho, que interpreta a personagem Solano, disse à Lusa que o que está a ser feito é a criação de púbico.

"Estamos a falar de um população que deixou de ir ao teatro e cabe à companhia despertar o gosto pelas artes cénicas no seio das populações. Não tinha esta experiencia de andar de aldeia em aldeia, onde a população é reduzida e está muito envelhecida. Há tradições que se foram perdendo e nós estamos a trazê-las de volta", explicou a atriz.

A digressão termina em 29 de maio na aldeia de Zava.
Lusa



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