Os dois arguidos acusados de um crime de homicídio qualificado em Chaves recusaram-se hoje, no início do julgamento, a prestar declarações ao coletivo de juízes do Tribunal de Vila Real.

O Tribunal de Vila Real começou a julgar uma mulher, de 41 anos, suspeita de ter mandado matar o marido e o homem, de 26 anos, a quem alegadamente propôs o pagamento de 10 mil euros para cometer o crime.

Os dois arguidos estão acusados pelo Ministério Público (MP) do crime de homicídio qualificado, sendo que o suspeito está ainda indiciado pelo crime de detenção de arma proibida.

Na primeira sessão do julgamento, os dois arguidos optaram por prestar declarações.

O crime ocorreu em janeiro de 2017, na cidade de Chaves, e os suspeitos foram detidos pela Polícia Judiciária (PJ) de Vila Real em maio.

No dia 17 de janeiro de 2017, segundo o MP, o arguido dirigiu-se à residência da vítima, aguardou que saísse para se deslocar para o trabalho e disparou uma arma de caça, atingindo-o no pescoço e provocando-lhe a morte imediata.

De acordo com o MP, a quantia acordada entre os arguidos não foi entregue na totalidade, pois alegadamente a suspeita aguardava pelos prémios dos seguros.

O MP disse que, com a morte do marido, a arguida pretendia que o seguro de vida afeto à residência do casal liquidasse o valor desta ainda em dívida, ficando com o imóvel pago e, além disso, receber mais algum dinheiro de pelo menos dois outros seguros.

A acusação refere que o comportamento da arguida após a morte do marido levantou suspeitas de testemunhas que estranharam ela ter ido "ao cabeleireiro pentear-se e arranjar as unhas" no dia do funeral do marido, ainda o facto de estar "como se nada fosse", "não deitar uma lágrima" ou "falar sem qualquer emoção".

No dia a seguir ao funeral, a investigação apurou que a mulher foi festejar o seu aniversário na companhia da filha, do namorado desta e de um homem com quem manteria uma relação extraconjugal.

No dia 09 de maio, em cumprimento de um mandato de busca à residência do arguido, a PJ apreendeu a arma usada no homicídio.

A acusação acredita que ambos "agiram com o firme propósito" de tirar a vida da vítima, revelando uma "total insensibilidade e desprezo pela vida de um semelhante" por "motivos fúteis".

Da prova da acusação fazem parte escutas telefónicas, listagens de chamadas, documentos bancários e 30 testemunhas.



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