Saturados de esperar pela regularização dos quatro vencimentos que têm em atraso, 20 dos 80 funcionários do quadro privado da Casa do Douro protestaram, ontem, junto à instituição, no Peso da Régua.

A Comissão de Trabalhadores entregou ao presidente do Conselho Regional da Casa do Douro uma carta na qual descreve o drama em que vivem aquelas pessoas, solicitando a sua discussão na reunião daquele órgão.

Está atrasado o pagamento dos salários de Junho, Julho e Agosto, bem como o subsídio de férias. Francisco Silva, da Comissão de Trabalhadores da Casa do Douro, disse que \"o futuro é incerto\", que \"ninguém diz nada\" e que a situação se tornou mais complicada ainda este mês, pois foi necessário \"comprar os livros dos filhos\", além das despesas correntes.

Os trabalhadores do quadro privado da instituição vivem de coração apertado há cerca de nove anos. Francisco Silva não aponta culpados pela situação, mas reconhece que não é alheia a \"constante retirada de competências e poder à Casa do Douro\". \"Sem competências como é que isto vai realizar dinheiro e sobreviver?\", questiona.

O presidente da Casa do Douro, Manuel António Santos, diz que a situação é \"lamentável, inadmissível, chocante e, desde há muito, previsível pela direcção\". Frisa que os culpados são \"claramente o ministro da Agricultura e o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto\". Adianta que a Casa do Douro tem apresentado propostas para solucionar o problema, mas \"nas reuniões falam em alhos e no dia seguinte em bugalhos\". Por isso, apelou à \"penalização dos partidos responsáveis por fazerem promessas a esta Casa e se esquecerem delas quando chegam ao poder\".



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