A luta pela sucessão de José Mascarenhas no cargo de presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Macedo de Cavaleiros está a decorrer num clima de grande polémica. A eleição que estava marcada para o dia 28 do passado mês de Dezembro teve de ser adiada para o dia 25 deste mês porque as duas listas concorrentes se impugnaram mutuamente. Segundo alguns bombeiros, "a situação deriva da psicose político-partidária que aqui sempre existiu".

Há dois meses, ninguém imaginava que a situação na Associação Humanitária dos Bombeiros de Macedo de Cavaleiros pudesse vir a atingir a divisão de posições que hoje é assumida por alguns dos sócios que, nos últimos anos, têm vindo a preencher cargos directivos.

Antes de partir para se submeter a uma intervenção cirúrgica, após a qual viria a falecer, José Mascarenhas parecia ter a situação eleitoral controlada, pois não se vislumbrava qualquer tipo de movimentação para a constituição de uma lista alternativa para as eleições previstas para o dia 28 do passado mês de Dezembro. Entretanto, não só faleceu o homem que tutelou a Associação nos últimos 20 anos, quer como presidente da direcção, quer como comandante dos bombeiros, como sucedeu a grande reviravolta do dia 16 do mês passado, que ditou a vitória de Beraldino Pinto como presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros. A primeira consequência deste facto foi a demissão do presidente da Associação Comercial e Industrial, Rui Vaz. Agora surge a luta pela sucessão de José Mascarenhas na direcção dos bombeiros.

Para o escrutínio marcado para o dia 28 do mês passado apresentavam-se duas listas. A lista A, liderada por Luís Baptista e Ana Mascarenhas, foi apresentada como "legado moral" da anterior direcção, "com o desígnio de construir o quartel dos bombeiros, por que tanto lutou" o anterior presidente. A lista B, encabeçada por Benjamim Pinto, irmão do actual presidente da Câmara, apresentou José Carlos Dias em segundo lugar. E porque este anteriormente foi um opositor assumido de Mascarenhas, a candidatura da lista B foi encarada como "ruptura com o passado", apesar de Benjamim Pinto ser o presidente em exercício, na qualidade de vice-presidente da direcção cessante.

No dia da apresentação das listas sucedeu um caso insólito: por suposta indicação da listra A, a Assembleia Geral rejeitou a candidatura da lista B, argumentando que faltariam as assinaturas de dois elementos, necessárias para preencher a lista para um dos órgãos da Associação. O facto motivou uma reunião que acabaria, no entanto, por não ditar os resultados que uma das partes alegadamente pretenderia. Daí ao encontrar um motivo para impugnar a candidatura da lista A, foi um instante: a data da apresentação desta lista não preencheria o requisito previsto pelo artigo 45 dos estatutos, pois em vez dos cinco dias úteis para a entrega da lista, esta só terá aparecido na mesa do presidente da Assembleia Geral nos quatro dias úteis anteriores ao dia marcado para o acto eleitoral. Um dos dias tido em conta pela candidatura da lista A teria sido feriado.

Estava assim instalada a polémica que viria a resultar no adiamento da data de eleição dos corpos gerentes da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários para o próximo dia 25 deste mês e na desistência de Ana Mascarenhas, que deixou de fazer parte da lista A.



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