As circunstâncias da morte de Manuel Lopes, o sem-abrigo de Valpaços que anteontem não resistiu aos ferimentos que apresentava na cabeça e morreu no Hospital de Vila Real, continuam por esclarecer. A PJ ainda não conseguiu estabelecer o nexo de causalidade com a rixa entre indivíduos de etnia cigana, que terá ocorrido no mesmo local e sensivelmente à mesma hora, nem sequer definir o motivo para a morte.

Uma coisa parece, no entanto, afastada. O móbil do crime não terá sido o roubo, porque o sem-abrigo tinha consigo 40 euros e um telemóvel.

Também estranho e a indiciar que terá havido relação entre a rixa e a morte está a forma como a Polícia foi alertada. Foi um vizinho que terá ouvido muito barulho que avisou as autoridades, tendo então o agente da PSP sido confrontado, no local, com um indivíduo de etnia cigana. O jovem pediu-lhe ajuda para um problema que teria havido com uns seus colegas, que tinham sido agredidos. Disse então que dois estavam feridos e indicou que o local da zanga havia sido a urbanização, onde depois o sem-abrigo foi encontrado violentamente agredido. Os nomes que indicou como sendo os feridos não coincidiram, no entanto, com os homens que mais tarde receberam tratamento hospitalar. Os feridos apresentaram outra identificação, tendo um deles sido assistido por ter levado um tiro na coluna, enquanto outro apresentava marcas de agressão.

Também estranho é o facto de nas imediações do corpo de Manuel Lopes, que já se encontrava a agonizar quando foi descoberto pelos vizinhos, estarem dois cartuchos por deflagrar. As autoridades suspeitam que terá havido outros disparos, na direcção do indivíduo. Ainda no local, foi apreendida uma forquilha, bem como uma faca da cozinha.

Refira-se que os indivíduos que receberam tratamento negaram, no entanto, qualquer envolvimento na morte do idoso. Só os exames laboratoriais feitos ao local e ao cadáver poderão esclarecer o mistério.



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