O encontro anual de máscaras e mascarados ibéricos vai juntar, no dia 23 de dezembro, em Mogadouro, 14 grupos transmontanos e da Galiza transformando as principais ruas da vila "num autêntico pandemónio", anunciou hoje a câmara.

"O desfile pretende mostrar às pessoas as máscaras e mascarados mais emblemáticas do Nordeste Trasmontano e da vizinha Espanha, para assim não se perder a identidade destes rituais de fertilidade, típicos do inverno trasmontano" disse à Lusa a vereadora da Cultura do município de Mogadouro, Virgínia Gomes,

O concelho de Mogadouro e todo o Planalto Mirandês são "ricos" nestas manifestações pagãs, na sua maioria dedicadas ao menino Deus, onde toda a "pureza" da tradição é mantida.

No 5.º Encontro de Mascarados de Mogadouro, a 23 de dezembro, participarão 14 grupos de mascarados, "figuras" provenientes da Galiza, em Espanha. Do lado português marcarão presença caretos, chocalheiros, farândulos e sécias dos concelhos de Mogadouro, Miranda do Douro, Bragança e Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança.

Para o investigador das tradições dos mascarados do concelho de Mogadouro Antero Neto, as populações começam a ganhar cada vez mais consciência da riqueza das suas tradições e, assim, começam a lançar figuras e mascarados que já estavam esquecidos há cerca de uma centena de anos.

No concelho de Mogadouro foram recuperadas a tradição do "Careto e do Velho em Valverde e em Vilarinhos dos Galegos o ritual do "Mascarão e Mascarinha"

Outro exemplo apontado é o relançamento, na aldeia de São Pedro da Silva, concelho de Miranda do Douro, do "Bielho e la Galdrapa" - expressão em idioma mirandês que, traduzida para português, significa "o Velho e a Galderia".

Segundo os estudiosos destas tradições encestais, o nordeste transmontano vive, nesta altura do ano, um período "mágico", com as festas dos mascarados que saem à rua durante 12 dias e que deixam investigadores intrigados e populações numa espécie de alvoroço.

"Únicos em território nacional", estes rituais despertam cada vez mais a atenção de investigadores de Espanha, França, Reino Unido e outros países europeus que, ano após ano, se deslocam às aldeias nordestinas para perceberem o significado de tais manifestações de raiz popular.

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