O Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) conseguiu preencher 12 das 26 vagas abertas para médicos, mas a administração disse hoje acreditar na contração de mais profissionais e na abertura de especialidades como neurocríticos e cirurgia vascular.

Com sede social em Vila Real, o CHTMAD agrega ainda os hospitais de Chaves e Lamego e tem sido notícia pela falta de médicos em algumas especialidades e listas de espera elevadas.

O presidente do conselho de administração, João Oliveira, informou hoje que, das 26 vagas abertas em fevereiro para a contração de médicos, o centro hospitalar viu serem preenchidas 12.

No entanto, o responsável afirmou à agência Lusa que acredita que "vai ser possível contratar mais profissionais nos próximos tempos".

Entre as vagas preenchidas estão, por exemplo, médicos de medicina interna, de imunoterapia, otorrinolaringologia, patologia clínica, pedopsiquiatria, radioncologia, neurologia ou reumatologia.

João Oliveira destacou o preenchimento de "vagas importantes" como a reumatologia, especialidade com lista de espera significativa, ou radioncologia, porque o CHTMAD está a aumentar as sessões de radioterapia.

Em contrapartida, disse que serviços carenciados e com listas de espera elevadas como urologia ou cirurgia vascular não tiveram candidatos. A unidade hospitalar ficou sem médico de cirurgia vascular em 2016.

João Oliveira adiantou, no entanto, que o CHTMAD está a trabalhar no sentido de contratar "pelo menos um médico de cirurgia vascular", o que permitiria reabrir esta especialidade no centro hospitalar.

E, entre os projetos para 2018, o presidente do conselho de administração destacou também a intenção de abrir a especialidade de "neurocríticos em Vila Real", que está inserida no mapa nacional de urgências. A urgência de neurocirurgia mais próxima fica localizada no Porto.

Este seria, para o responsável, um ganho "muito significativo" para a região transmontana.

João Oliveira sublinhou que o centro hospitalar tem conseguido aumentar o número de médicos, apesar de ressalvar que ainda "são poucos para as necessidades".

Em 2016, o CHTMAD tinha 497 médicos, número que aumentou para os 541, em 2017.

As listas de espera no centro hospitalar preocupam alguns autarcas da região como o de Vila Pouca de Aguiar, que emitiu um comunicado em que se propõe a ser "parceiro na resolução desta problemática".

Segundo o município liderado por Alberto Machado, há 1.650 utentes do concelho de Vila Pouca de Aguiar em listas de espera no CHTMAD para obter consulta externa.

Os grupos de especialistas em que os utentes mais tempo aguaram por uma consulta são: urologia (951 dias), cirurgia vascular (787), ortopedia (385), dermatologia (369) e oftalmologia (344).

"A eliminação das listas de espera deve ser a principal prioridade no distrito de Vila Real, tanto mais que as pessoas mais afetadas são as que têm maiores carências económicas e sociais", salientou o autarca social-democrata.

Alberto Machado afirmou que quer "contribuir para mitigar" a dificuldade de contratar alguns médicos especialistas e disse que já informou o ministro da Saúde e a administração do CHTMAD da sua disponibilidade.
Foto: CHTMAD



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