António José é um consultor que, ao longo do último ano, investigou e desenvolveu um projecto em nome individual a que chamou \"IP 4 em Segurança\". De carácter humanitário, o projecto, tal como o nome indica, centra-se na segurança, \"24 sobre 24 horas\", desta via, entre Amarante e Bragança. O objectivo é \"reduzir drasticamente a sinistralidade\" naquele itinerário.

Porque a prevenção é, para António José, um elemento \"primordial\", o consultor propõe a circulação permanente, entre Amarante e Bragança, de viaturas interactivas de informação, distanciadas 22 quilómetros entre si, que servirão para indicar as condições da via.

Sendo o IP 4 um percurso de montanha, e para que este se torne transitável 24 horas por dia, António José propõe a instalação de dissipadores de gelo e limpa-neves, que deverão estar, sempre que necessário, seja dia ou noite, disponíveis para qualquer intervenção. Assim, segundo o consultor, o IP 4 estará \"permanentemente circulável\".

Outras medidas incluídas no projecto delineado por António José são a reposição, \"de imediato e sempre que ocorram acidentes\", dos rails de protecção, e a existência de viaturas de limpeza e veículos especiais para a remoção de viaturas sinistradas. Com estas medidas, diz o autor do projecto, \"um simples furo de um pneu deixará de ser um problema, pois esta situação poderá ser resolvida pelas equipas de assistência de imediato e sem qualquer custo para o automobilista\". O mesmo poderá acontecer com a falta de combustível. A equipa de assistência resolverá o problema e o condutor apenas terá de pagar o valor do combustível.

No projecto de António José estão definidas para o IP 4 três estações de montanha. Uma delas seria colocada no Alto de Espinho, outra no Alto do Pópulo, e uma terceira perto de Macedo de Cavaleiros, no Alto das Amendoeiras. Estas três estações de montanha iriam dispor de meios de socorro e salvamento, estando permanentemente disponíveis para acorrerem a qualquer eventualidade. Nestas estações estariam viaturas de desencarceramento todo-terreno e pesado, ambulâncias, limpa-neves, dissipadores de gelo, ambulância todo-o-terreno e equipamento de sinalização rodoviária, para o caso de avarias ou acidentes.

Governo mantém-se em silêncio

Este projecto terá de ter uma entidade gestora, que deverá ser uma organização não governamental, sem fins lucrativos. António José oferece-se para ser o executivo e gestor dessa empresa, já que, explica, foi \"o responsável pela investigação, quem o concebeu e desenvolveu\".

O autor do projecto \"IP 4 em segurança\" acredita que ele diminuirá a sinistralidade em cerca de 83 por cento. No entanto, para o colocar em funcionamento, é necessário concretizarem-se quatro fases. A primeira, com a duração de 60 dias, corresponde à instalação do Centro de Coordenação e à colocação na via das viaturas de informação. Depois, num prazo de 150 dias, tratar-se-ia das infra-estruturas das estações de montanha, das viaturas de socorro às vítimas, das viaturas de desencarceramento e de assistentes sociais. A construção das estações ficaria para a terceira fase, a decorrer num prazo de 210 dias, assim como as viaturas de assistência psicológica aos sinistrados. Na última fase, até ao prazo de 270 dias, seriam disponibilizados dissipadores de gelo, limpa-neves, meios de limpeza de pavimentos e os veículos para remoção de viaturas acidentadas.

Este projecto é do conhecimento do actual Governo e, segundo António José, foi alvo de uma reunião de Conselho de Ministros, no passado dia dois de Maio. A resposta, para além de ter sido realçado \"o interesse do projecto\", foi que o mesmo seria endereçado ao Ministro da tutela\". No entanto, passados 60 dias, \"nada nem ninguém me contactou\", lamenta o mentor deste projecto .

Confiante neste seu trabalho, António José espera que \"alguém pegue nele e faça com que a população de Trás-os-Montes, que tem sido martirizada com os acidentes verificados no IP 4, assim como todos os seus utilizadores, beneficiem com este projecto\".



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