Cinco escanções holandeses estão até amanhã no Douro, literalmente, a provar e a julgar vinhos. A visita começou, anteontem à noite, na Adega Cooperativa de Murça e estende-se a várias quintas e caves da região. A iniciativa está relacionada com as comemorações dos 250 anos da Região Demarcada do Douro, bem como com os 20 anos que cumpre, nesta altura, a Associação Holandesa de Sommeliers (AHS), a que o quinteto pertence.

Miguel Porfírio, delegado na Holanda do ICEP-Portugal (Instituto das Empresas para os Mercados Externos), acompanha os provadores. Revela que são todos proprietários ou trabalham em restaurantes com pelo menos uma estrela Michelin, o que equivale a dizer restaurantes de luxo. \"São pessoas com um conhecimento incrível sobre vinhos que viajam por todo o Mundo\", explica aquele responsável.

Para o secretário da Comissão de Provas da AHS, René Persoon, Portugal é um dos países produtores de vinho \"mais apaixonantes\", sobretudo pela variedade de néctares que possui.

Realça os investimentos técnicos que têm sido feitos para melhorar a sua qualidade, a que também não é alheia a formação de enólogos no estrangeiro.

\"Esse conhecimento associado às castas únicas portuguesas e à experiência na produção de vinho do Porto permite produzir vinhos de mesa de grande qualidade\", sublinha.

Miguel Porfírio revela que a AHS é \"amiga da casa\", leia-se ICEP, pelo que \"ajuda a promover os vinhos portugueses na Holanda\".

Mais do que visitar quintas e adegas do Douro para avaliar as suas condições de produção, os sommeliers holandeses estão interessados em provas técnicas de vinhos. Foi o que fizeram na Adega Cooperativa de Murça. Experimentaram brancos e tintos de mesa, espumantes e vinhos do Porto.

Por perto, responsáveis da instituição tomavam apontamento da análise e das sugestões. Nota positiva para todos, com uma ressalva para os brancos \"Os holandeses gostam deles mais doces\".

Mensagem a reter pelos agentes que queiram exportar para lá os seus néctares.



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