O pequeno edifício que estava a ser construído, em Boticas, para acolher o Repositório Histórico do Vinho dos Mortos - uma espécie de museu para reconstituir a técnica de produção, que remonta às Invasões Francesas - foi demolido.

Já com a obra praticamente concluída, a Autarquia apercebeu-se de que o equipamento tinha sido construído com \"medidas inferiores às projectadas\". Segundo o presidente da Câmara de Boticas, Fernando Campos, tratou-se de um \"lapso\" do empreiteiro, que o mesmo está corrigir sem custos para o erário público.

Este não é, no entanto, o primeiro contratempo neste projecto da Autarquia, prometido desde, pelo menos, meados de 2003. As primeiras contrariedades surgiram aquando das expropriações dos terrenos necessários à construção do Repositório, uma obra orçada em cerca de 37 mil euros e inteiramente suportada pela Câmara. Aliás, a falta de entendimento com um proprietário obrigou a uma pequena mudança de localização. A Autarquia teve ainda dificuldades para conseguir autorização do então Instituto de Estradas de Portugal para a construção do equipamento, dada a proximidade com a Estrada Nacional 103.

A história do Vinho dos Mortos remonta a 1807, altura em que as tropas francesas invadiram pela segunda vez Portugal. Terá sido nessa altura, que, com medo que as tropas gaulesas pilhassem colheitas e outros bens, as populações enterraram o vinho no chão das adegas, no saibro, debaixo das pipas e dos lagares. Sem o saberem, tinham, afinal, desvendado uma forma de melhorar o sabor do néctar.



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«Estamos a falar de trocos»

O equipamento servirá 8500 habitantes.