Entidades transfronteiriças reuniram-se otem nas cidades de Miranda do Douro, distrito de Bragança, e Zamora, em Espanha, para delinear projetos comuns tendo em vista captar fundos do próximo quadro comunitário destinados ao desenvolvimento turístico em territórios de fronteira.

"A ideia do projeto passa por criar uma estratégia para colocar as regiões de fronteira como destino turístico, de modo a incrementar as atividades económicas e para ajudar a fixar populações em território de baixa densidade populacional", explicou à Lusa secretário-geral do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular, Xoan Mao.

O projeto à escala europeia, sob o mote "Dois países um Destino", é liderado pela Associação de Municípios Ibéricos Ribeirinhos do Douro (AMIRD) e pelo Eixo Atlântico (organismo que agrega 38 municípios portugueses e galegos) e integra quatro eixos principais: Turismo e Natureza, Enoturismo, Turismo e Património e Turismo e Águas Termais.

Contudo, e para Xoan Mao, os representes dos territórios de fronteira são "unânimes" ao afirmar que "de nada serve impulsionar o turismo, sem as respetivas acessibilidades para chegar aos seus destinos".

"Para o desenvolvimento turístico na região de fronteira são precisas infraestruturas. Do lado português o trabalho está bem feito porque já há autoestrada, que liga a região Norte e Castela. Falta agora a mesma vontade do lado de Espanha", observou Xoan Mao.

Para o representante do Eixo Atlântico "a cooperação turística entre Portugal e Espanha, é um exemplo dentro da Europa, logos estamos bem perfilados para a captação de fundos", frisou.

Para a responsável pela gestão de fundos do Programa de Cooperação Transfronteiriça Portugal-Espanha (POCTEP), Maria José Bordalo, este tipo de iniciativas junto das comunidades são importantes, porque "ajuda a ter uma outra visibilidade das ações no terreno".

"A Comissão Europeia avançou que, no próximo quadro comunitário, haverá disponibilidade de fundos para a cooperação transfronteiriça e, por esse motivo, vamos continuar a apostar nas relações entre Portugal e Espanha", adiantou a responsável.

Num documento conjunto do Eixo Atlântico e AMIRD, distribuído no final da reunião de hoje, é defendido que "o turismo, apesar de ser um dos principais motores económicos da Europa, não possui uma política europeia definida nem um instrumento para financiá-lo, elementos que são reivindicados continuamente por entidades locais e regionais e especialmente principalmente por aquelas que promovem a atividade turística".

No encontro transfronteiriço foram dadas a conhecer as boas práticas identificadas em Zamora e Miranda do Douro em termos de valorização do território.

Os participantes puderam ficar a conhecer exemplos de ações de recuperação e valorização do património natural e cultural, como elemento de atração turística, impulsionando a economia e gerando uma mais-valia para o turismo e para o território de fronteira.
foto: dr



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