O Museu do Douro (MD) inaugura sexta-feira, na Régua, uma exposição de 13 retratos, que estavam degradados e esquecidos numa cave, numa altura em que vive numa situação difícil devido à indefinição quanto à extinção.

O Governo anunciou em setembro a intenção de extinguir a Fundação Museu do Douro. Entretanto na região, a expectativa é que a fundação não seja efetivamente extinta, mas, enquanto não for conhecida a decisão final, mantém-se a ansiedade.

\"Estamos à espera e estamos um pouco sufocados. O grande problema é que a lei não nos autoriza a receber dotações dos municípios ou do Governo\", afirmou hoje à agência Lusa o diretor do MD, Fernando Seara.

O responsável referiu que a unidade museológica está, neste momento, \"bloqueada em termos financeiros\".

\"Porque o Orçamento do Estado, assim como a lei do projeto de extinção do museu tem um artigo que inibe as autarquias, nossas fundadoras, de cumprirem com a dotação\", acrescentou.

Foi com recurso aos meios próprios do MD que foi organizada a exposição \"Santa Casa da Misericórdia -- Coleção de Retratos\", que é inaugurada sexta-feira, na sede da unidade museológica.

Os 13 quadros retratam figuras, desde o rei D. Luís I, D. Antónia Adelaide Ferreira a pessoas desconhecidas, que foram beneméritas e contribuíram para a construção e manutenção do Hospital D. Luíz I.

\"Retratá-las foi também uma forma de as homenagear como benfeitoras do hospital\", explicou Fernando Seara.

As obras de arte ficaram como que esquecidos na cave das antigas instalações da Santa Casa da Misericórdia da Régua. Mais tarde foram encontradas já em estado de degradação e algumas até com rasgões profundos.

O MD e a Misericórdia juntaram-se para preservar este património, num trabalho de restauro e de investigação que durou um ano.

Também na sexta-feira é inaugurada a exposição de 100 fotografias \"O Douro de Georges Dussaud\", um fotógrafo francês que retratou a região duriense dos anos 80.

A mostra já esteve em Lamego, mas agora, na Régua, tem como novidade mais fotografias que o autor tirou, já em 2012 e nos mesmos locais, mas 30 anos depois.

A partir de sexta-feira é também possível ver de novo a exposição temporária \"Imagens do vinho do Porto: Rótulos e Cartazes\" e que alerta para a importância da embalagem, marca e cartaz do vinho do Porto,

Outra novidade é a inauguração de um marco dos Correios, dos tradicionais vermelhos, dentro das instalações do MD, uma iniciativa que pretende incentivar a tradição e que o diretor considera que estava a cair em esquecimento, de mandar um postal.



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